RESUMODescreveram-se os marcadores isoenzimáticos e estimou-se a variabilidade genética de 20 subpopulações brasileiras de escargots (Helix aspersa). O estudo dos oito locos foi feito por eletroforese em gel de amido, em amostras com 30 indivíduos cada, obtidas em criatórios dos estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro (uma, duas e 17 amostras, respectivamente). Observou-se polimorfismo nos locos das enzimas LAP, 6-PGD, PEP 2, PEP 1 e MDH, com três alelos nos três primeiros locos e dois nos demais. Os locos da ME, da SOD e da PGI apresentaram-se monomórficos. As freqüências gênicas de sete amostras ajustaram-se ao modelo de Hardy-Weinberg (P<0,05), e as de outras seis amostras ajustaram-se ao modelo de Wright (P<0,05), indicando que elas estão submetidas a diferentes regimes reprodutivos. Os desvios da panmixia para toda a população (F IT ) e dentro das subpopulações (F IS ) não foram significativos (P≥0,05). O desvio entre as subpopulações (F ST =0,0485) foi significativo (P<0,05) e apontou pequena diferenciação entre elas. As estimativas de diversidade total (Ht), entre subpopulações (Dst) e dentro das subpopulações (Hs), indicaram que a diversidade genética é reduzida e sua maior parte encontra-se dentro das subpopulações, sugerindo uma base genética estreita para essa população. As distâncias genéticas também foram pequenas, não permitindo a construção de um dendrograma. 20 subpopulations, obtained from breeders in Santa Catarina (1), São Paulo(2) and Rio de Janeiro (17) states of Brazil, were examined. Polymorphic loci included LAP, PEP 2, PEP 1 and MDH, with
Palavras-chave: escargot, isoenzima, variação genética, distância genética
ABSTRACT
In order to assess genetic variability in subpopulations of Helix aspersa, eight isoenzyme loci in 30 individuals in each of
243
INTRODUÇÃOOriginários da bacia do Mediterrâneo, os escargots da espécie Helix aspersa estão entre os mais consumidos em países europeus, mas, sendo o abate bem superior à produção comercial, há registros do seu desaparecimento em algumas áreas de ocorrência natural (Lazaridou-Dimitriadou et al., 1998).A avaliação da variabilidade genética de uma espécie é fundamental quando se pretende melhorá-la geneticamente. Os marcadores moleculares são úteis para essa avaliação porque não sofrem efeitos ambientais e porque são mais polimórficos que os marcadores morfológicos, produzindo melhores estimativas dessa variabilidade (Ferreira e Gratapaglia, 1998).As isoenzimas são diferentes formas moleculares de uma enzima catalisando, na célula, a mesma reação. Elas são encontradas na maior parte dos tecidos e apresentam um padrão de herança codominante, permitindo a exata identificação dos genótipos. Além disso, ao contrário do que ocorre com outros marcadores baseados na técnica da amplificação do DNA, o trabalho com isoenzimas dispensa conhecimento prévio sobre o genoma da espécie que se quer estudar. Estas características fazem delas marcadores ideais para a abordagem inicial na avaliação de parâmetros genéticos populacionais em espéci...