ResumoO artigo apresenta os principais aspectos da evolução da base conceitual do termo laterita, considerada como formações superfi ciais normalmente ricas em Fe e Al, e com a presença de outros elementos como Ti, Cr e Mn. As controvérsias em torno da aplicação do termo aos diversos materiais com concentração secundária de ferro não é recente, mas continua viva em trabalhos publicados nos últimos anos, apesar dos esforços no sentido de consolidação de um corpo de conhecimento que pudesse levar a uma designação consensual do que são esses materiais. Este artigo se propõe a apresentar e discutir essas diferentes interpretações e evidências apresentadas na literatura, como maneira de propiciar ao leitor uma visão, dentro do possível atualizada, sobre as principais divergências no emprego do termo. Discutimos os diversos pontos de vista encontrados na literatura, ligadas às diferentes maneiras de como os pesquisadores interpretam sua gênese, características estruturais e forma de ocorrência. A abordagem justifi case tendo em vista o interesse que as lateritas vêm suscitando nas últimas décadas nas diversas áreas da ciência da terra, nas áreas das engenharias e da química, na busca pela compreensão dos fatores e processos envolvidos na sua gênese e distribuição espacial. Esse interesse está ligado não somente ao entendimento do seu papel na elaboração do modelado do relevo, mas principalmente devido à importância econômica para a mineração e para a construção civil. Sugerimos, após ampla análise, a utilização do termo de modo mais amplo, partindo da ideia de que as formações lateríticas são tanto resultantes da acumulação relativa do Fe 2 O 3 e/ou Al 2 O 3 , como também da acumulação absoluta por aporte de óxidos de Fe 2 O 3 e/ou Al 2 O 3 de lateritas primárias e secundárias. Contudo, sugerimos que os autores indiquem qual conceito de laterita estão utilizando no texto de suas publicações.
Palavras-chave:Laterita; evolução de conceitos; modelos; problemas de defi nição.