“…Dentro desse contexto, de serviços ecossistêmicos prestados pela geodiversidade, é possível elencar algumas contribuições, diretas ou indiretas, das quedas d'água, algumas bem conhecidas, outras nem tanto, a saber:i-condições de bem-estar e saúde: estão relacionadas aos benefícios gerados, a maioria, pela inalação de um spray fino e carregado de íons negativos resultante do processo de eletrificação por atrito que ocorre pelo impacto das águas no perfil topográfico rochoso da queda. Esses íons negativos promovem maior oxigenação cerebral (melhora o metabolismo aeróbico) e diminuem os níveis lactato (componente da acidez sanguínea).Há, ainda, melhora do perfil de resposta à serotonina, ajudando a aliviar a depressão e o estresse; além de aumentar a energia durante o dia(GRAFETSTÄTTER et al, 2017).Perez, Alexander e Bailey (2013), acrescentam que esse spray natural é mais efetivo do que os artificiaisiii-locais sagrados: em algumas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e Candomblé, a natureza é vista como a materialização do divino, sendo não só um lugar para adoração, mas também de onde se retiram os ingredientes para os rituais de adoração. No caso das cachoeiras, elas são usadas como locais para a devoção de Orixás específicos como: Oxum; Oxumarê e Iyewá (se a queda formar um arco-íris) e Xangô (PORTUGUEZ, 2015), iv-conhecimento: se possuírem meios interpretativos, as cachoeiras podem ser aproveitadas do ponto de vista educativo, usando as rochas do perfil da queda como páginas que podem ser lidas e interpretadas.…”