“…Dessa forma, apesar de todas estas cinzas estarem sob o escopo de CBV, as mesmas são consideravelmente diferentes entre si e ainda mais diferente quando comparada à biomassa original, sendo errôneo considerar este resíduo como sustentável, pois são misturadas com outros produtos e sofrem processos físicos e químicos, assim como o enriquecimento de metais pesadosLOO et al, 2007). Portanto, como resíduo, sua má disposição, sem o devido controle ambiental, pode causar contaminação de solos e águas, devido à presença de contaminantes e metais pesados, e afetar a saúde pública.Ultimamente, as CBV têm recebido atenção devido às suas possíveis propriedades pozolânica, de preenchimento e hidráulicas latentes, que podem beneficiar as propriedades de solos fracos(MARCHIORI et al, 2022a;STUDART et al, 2022). Estudos investigam a utilização deste resíduo como geomaterial através de diversas aplicações, como material cimentício após a redução do teor de álcalis (SALVO, 2015) ou substituindo o cascalho na construção de estradas, podendo substituir argilas de grão fino e solos na construção de revestimentos de aterros (OBERNBERGER e SUPANCIC, 2009), buscando agregar valor a um resíduo atualmente sem valor econômico considerável.Apesar da principal fonte de biomassa ser provenientes das madeiras das árvores, outros resíduos podem estar incorporados, como a cinza de bagaço, de casca de arroz e cinza de óleo de palma (RUBINOS et al, 2018), e lamas de fábrica de celulose e papel, que consiste principalmente de fibras e menores impurezas(KUOKKANNEN et al, 2008), coexistindo com as já extensamente utilizadas cinzas de carvão e madeiras(EDIL et al, 1998).…”