Investigar a percepção do dependente químico em tratamento, sobre o impacto do uso de substâncias psicoativas em sua vida profissional. Amostra de 70 dependentes químicos em tratamento em quatro serviços de atenção especializada de quatro cidades do interior de São Paulo, Brasil. Foi aplicado questionário semiestruturado para caracterização do perfil sociodemográfico, acadêmico e ocupacional, bem como uso de substância e trabalho. Foram aplicadas análises de estatística descritiva e de conteúdo de Bardin. Os resultados apontaram que o dependente químico tem a percepção dos impactos negativos do uso de substâncias na sua vida laboral e destaca como prejuízos o comprometimento de suas capacidades e habilidades, a diminuição da produtividade, o aumento do risco de acidentes, o absenteísmo do trabalho por conta do uso de substâncias, as frequentes recaídas, o afastamento do trabalho para fazer tratamento, além do estigma e preconceito social. A baixa escolaridade dos dependentes repercute na falta ou baixa capacitação e qualificação profissional. Propõe-se o desenvolvimento de ações de reabilitação social do dependente químico por meio do trabalho, implantadas durante o tratamento por meio de estratégias intersetoriais e territoriais.