“Deus é bom e o Diabo também não é mau”, diz a sabedoria popular. Tratado pelo camponês de forma muito peculiar, o Diabo parece esvaziar-se de seu lôbrego retrato bíblico ao subir à terra e habitar entre os homens da antiguidade, sobretudo os camponeses, e, aparentemente despreocupado em levar o restante da humanidade à danação, ocupou-se durante muitos anos construindo pontes por toda a Europa, obras empreendidas sob os mais diversos pressupostos. São numerosos os relatos folclóricos acerca das pontes construídas pelo Diabo e em Portugal encontram-se muitas delas, cada qual com sua respectiva lenda. Este artigo apresenta as principais narrativas populares portuguesas referentes ao mais tétrico dos engenheiros civis da história e propõe uma reflexão acerca da acepção da figura diabólica no campo.