Germinações sucessivas em sementes de Eugenia spp.

Abstract

RESUMO Condições ambientais desfavoráveis para a germinação, letais para a maioria das sementes recalcitrantes, podem resultar na morte das primeiras mudas produzidas pelas sementes de Eugenia, mas não impedem a propagação, já que até mesmo frações dessas sementes podem germinar e produzir mudas. Esta poderia ser uma estratégia evolutiva importante e interessante para a sobrevivência das espécies e esse foi o objetivo desta pesquisa. Sementes de Eugenia foram colocadas para germinar e eliminou-se até a terceira raiz e/ou plântula desenvolvidas, colocando-se o tecido remanescente para germinar novamente. As sementes foram capazes de produzir novas raízes e plântulas após a remoção até da terceira raiz ou plântula produzida, mesmo quando metade da semente foi inicialmente removida. Isso confirma a regenerabilidade como uma estratégia evolucionária importante que pode ter contribuído para perpetuar as espécies de Eugenia.

Regeneration of roots and seedlings from Eugenia involucrata seeds under water deficit conditions

“…Some species of this genus, for example, have shown considerable capacity in tolerating water deficit conditions for the germination and the initial phases of seedling establishment (McLaren and McDonald, 2003;Inocente and Barbedo, 2019), as well as for tolerating flooded conditions (Calvi et al, 2017b). In addition, these seeds can germinate and produce new plants even when a large part of their reserve tissue is lost, for example, through predation (Teixeira and Barbedo, 2012;Alonso et al, 2019;Alonso and Barbedo, 2020;Delgado and Barbedo, 2020).…”

“…The ability to produce new roots and seedlings from fractions of the same seed or cracked seeds has been extensively studied in domesticated species of Eugenia (E. brasiliensis, E. involucrata, E. pyriformis, and E. uniflora) and non-domesticated species (E. candolleana, E. cerasiflora, E. pruinosa, and E. umbelliflora) (Delgado et al, 2010;Amador and Barbedo, 2011;Teixeira and Barbedo, 2012;Amador and Barbedo, 2015;Alonso et al, 2019). Alonso and Barbedo (2020) studied the elimination of successive germinations in whole and fractioned seeds of Eugenia and showed that these seeds are able to produce new roots and seedlings after removal of up to the third root or seedling they produce. Thus, they suggest that this regenerative ability is associated with a strategy of perpetuation of the species in the face of unfavorable environmental conditions.…”

“…Thus, like seeds of various other species of the same genus, those of E. involucrata also have large capacity for regenerating roots and shoots when part of their reserve tissue is removed; however, these seeds have some control to avoid simultaneous regenerations, so that it is rare that more than one root or shoot can develop at the same time (Silva et al, 2005;Teixeira and Barbedo, 2012). Probably this is a strategy of maintaining diaspores capable of colonizing the environment at different periods through successive germinations (Alonso and Barbedo, 2020). These seeds can germinate even at water potentials as low as -1.0 MPa and exhibit great tolerance to water deficits.…”

The metabolic profiles of Eugenia astringens and E. uniflora (Myrtaceae) sensitive seeds affect desiccation

“…Moreover, Eugenia seeds present the unusual trait at which fractioned seeds are still able to originate a normal seedling (Alonso and Barbedo, 2020). Despite the relevance of this genus, the seed physiological behaviour under desiccation is not completely understood.…”

Regeneração de raízes e plântulas de sementes de Eugenia spp. (Myrtaceae) de diferentes estádios de maturação

“…A quantidade de tecido de reserva parece também definir o sucesso da formação de novas plântulas, muitas vezes obtendo-se somente novas raízes (Prataviera et al 2015). A cada perda de raízes e/ou plântulas, as novas que se formam necessitam tempos cada vez maiores, o que permite que a espécie tenha indivíduos capazes de colonizar novas áreas por um longo período (Alonso & Barbedo 2020). Contudo, alguns aspectos ainda são pouco estudados, como o período compreendido por essa capacidade, desde a formação até a germinação das sementes.…”