O objetivo deste relato de dois casos de câncer de mama gestacional (CMG) é contribuir com a lacuna empírico teórica sobre as repercussões para o binômio mãe-filho, resultantes da associação do câncer na gestação. Foram recrutadas para o acompanhamento farmacoterapêutico duas pacientes com câncer de mama em terapia com doxorrubicina, ciclofosfamida e docetaxel. Paciente 1, 42 anos, grávida de 26 semanas, parda, gari, mãe de seis filhos, diagnosticada com câncer em mama esquerda do tipo carcinoma ductal invasivo (CDI), estadiamento III-B, grau III, receptor hormonal (RH) negativo, HER-2 positiva, apresentando hipertensão arterial, tabagista há 20 anos com fumo de rolo, ex-etilista. Apresentou reações adversas a medicamentos (RAM) durante a quimioterapia (QT): constipação; fadiga; hiperpigmentação; mucosite e anemia; hiperglicemia e aumento da fosfatase alcalina. Paciente 2, 39 anos, grávida de 30 semanas, desempregada, mãe de três filhos, diagnosticada com câncer em mama direita do tipo CDI, estadiamento III-A, grau II, RH negativo, HER-2 negativo, triplo negativa, apresenta histórico de Púrpura trombocitopênica imune (PTI) e sem histórico social de tabagismo ou etilismo. Apresentou RAM durante a QT: boca seca; fadiga; alteração de paladar; diarreia; hiperpigmentação; anemia; hiperglicemia; aumento da fosfatase alcalina e de transaminase oxalacética (TGO). O CMG é considerado um evento desafiador e raro, apesar da incidência com o retardo da gravidez para após os 30 anos, estar aumentando. Além disso, é importante a participação ativa da equipe multiprofissional centrada no bem-estar materno-fetal. Neste estudo as principais RAM apresentadas pelas pacientes foram leves, principalmente gastrointestinais e bioquímicas.