A arterite temporal, descrita por Horton em 1932 10 , já foi motivo de numerosos registros na literatura mundial. Esta entidade, que atinge particularmente indivíduos acima de 50 anos, apresenta, como sintoma principal, cefaléia localizada. Usualmente é o clínico geral quem faz o primeiro atendimento e, em algumas ocasiões, o paciente é encaminhado a neurologista a > 3 . 4 .Seu diagnóstico não é puramente acadêmico, mas de real importância sob o ponto de vista prático, pois trata-se de processo generalizado cuja evolução pode resultar em danos irreparáveis, tais como amaurose, infarto do miocardio, trombose periférica e nefropatia difusa n > 12 > 13 > 14 .Tivemos oportunidade de observar um caso no qual a par de lesões arteriais características, existia comprometimento de glândulas salivares, fato que não é assinalado na literatura que tivemos a nosso alcance. Desde há alguns meses, o paciente vem apresentando apatia, desejo de morrer, desinteresse pelo trabalho, insônia, diminuição da libido e deficiên-cias de memória em relação a fatos recentes. Trinta dias antes da consulta surgiram dores nas regiões fronto-temporais, pulsáteis, que permaneciam por várias horas. Quinze dias antes da consulta, notou dilatacão dos vasos temporais superficiais, que se tornaram dolorosos ao toque e à palpacão. Ha 7 dias notou aumento de volume das parótidas sentindo dores nas articulações temporo-mandibulares quando abria a boca ou mastigava. Negava episódios de artrite mas referia dores musculares difusas ocasionais. Exame físico -Pressão arterial 120x80mm Hg; freqüência cardíaca lOObpm; temperatura 36.4.°C. Presença de nodulos nas regiões frontotemporais. A palpação das artérias temporais superficiais desencandeava dor; estas artérias estavam espessadas e tortuosas, com pulso presente. As glándulas parótidas