MG 1. O crescimento da população mundial, nas cidades, demanda planejamento do território, buscando-se uma melhor qualidade ambiental e de vida. Existem dados que podem corroborar esta informação, porém torna-se necessário atentar ao fato de que não há indícios de desaceleração do crescimento da população urbana, principalmente nos países menos desenvolvidos. A questão é que essas regiões menos desenvolvidas apresentam sérios problemas quanto à urbanização, que até pode ser chamada de "desigual", causada pela industrialização tardia das áreas periféricas das cidades, que atraem, de forma geral, as populações rurais. A velocidade com que ocorre este processo, aliada às poucas ou inexistentes políticas e ações articuladas de desenvolvimento urbano, agravam os problemas referentes ao uso e ocupação do solo. O setor central da cidade de Uberlândia mostra-se como uma área de estudo promissora já que o problema de pesquisa fica claro quando se questiona qual o nível de qualidade ambiental encontrado, já que o que se observa é a ausência de informações, dados contundentes e procedimentos conjuntos quanto à análise desta e a resolução dos problemas ambientais recorrentes, causados por diferentes fontes, os quais dificilmente são sanados devido à análise transversal e, muitas vezes, sem levar em conta os atributos do local. Com os objetivos específicos de se criar um Índice de Qualidade Ambiental Urbana, mapear esta e sugerir medidas que possam melhorá-la e como estas poderiam ser realizadas, a metodologia implica nas etapas de criação e valoração dos indicadores, geração de mapas e utilização do plug-in Easy AHP do software Qgis, o qual resultou num índice e sua representação em um mapa final de qualidade ambiental urbana. Os resultados encontrados são os seguintes: qualidade ambiental urbana do setor foi considerada de ruim a regular; os três melhores bairros foram Fundinho, Centro e Daniel Fonseca; os indicadores que tiveram maior peso na atenuação da qualidade ruim foram: densidade de área verde, cobertura vegetal e saneamento. Por meio da análise dos resultados sugeriu-se, então, uma maior atenção à distribuição de renda em todo o setor; investimento prioritário nos bairros Brasil, Osvaldo Rezende e Nossa Senhora Aparecida quanto à melhoria da drenagem pluvial da cidade, que reflete em vários pontos de risco de alagamento nesses bairros; na promoção de história e cultura; no aumento e melhoria das áreas verdes e da cobertura vegetal; e a criação de um Sistema de Qualidade Ambiental Urbana municipal, no qual todas as Secretarias e Órgãos deveriam alimentar com dados para que os indicadores fossem calculados em tempo real ou com uma sazonalidade, apropriada aos recursos da Prefeitura, a fim de racionalizar os investimentos de recursos e escassos e melhorar seu controle pela Prefeitura e a população.