Analisando a transformação dos estádios de futebol em arenas multiuso e a “hipermercantilização” deste esporte, estudos em diversas áreas das ciências sociais apontam que camadas populares têm sido excluídas dos novos estádios, dando lugar a torcedores-consumidores de perfis socioeconômicos mais elevados. Pesquisas em economia aplicada que investigaram sobre as características da demanda por ingressos de futebol na primeira divisão do campeonato brasileiro divergem quando se trata das conclusões sobre a elasticidade-renda da demanda. Dessa forma, o presente estudo busca analisar como diferentes faixas de renda, com dados retirados da PNAD contínua, se relacionam com o público pagante, tanto nas arenas de “Padrão FIFA” quanto em estádios com características mais antigas, entre 2014 e 2019. Para isso, empregou-se o Método dos Momentos Generalizados Sistêmico, utilizando variáveis instrumentais (como o preço médio do ingresso, tratado como uma variável endógena). Foram analisados dados de jogos ocorridos durante o período mencionado, abrangendo quatro faixas de renda distintas em cada cidade onde os jogos foram realizados, além da renda domiciliar per capita. Os resultados revelaram diferenças nas características da demanda entre estádios antigos e arenas modernas, indicando uma atração de público com níveis mais elevados de renda para estas últimas. Além disso, observou-se que os jogos realizados em arenas estão associados a uma maior maximização de preços por parte dos tomadores de decisão. Palavras-chave: Demanda. Renda. Brasileirão. Ingressos.