OBJETIVOS: Avaliar as evidências sobre a eficácia da terapia cognitivo-comportamental no tratamento de obesos com transtorno da compulsão alimentar periódica. MÉTODOS: Nesta revisão, foram incluídos ensaios clínicos e metanálises publicados entre janeiro de 1980 e fevereiro de 2006, em todas as línguas. Foram excluídos estudos que investigassem a eficácia da terapia cognitivo-comportamental com uso concomitante de medicação, terapia cognitivo-comportamental no formato de manuais de auto-ajuda, relatos ou série de casos e cartas ao editor. As bases eletrônicas de dados consultadas foram: MEDLINE, PsycINFO, Embase, LILACS e Cochrane Library. A estratégia de busca incluiu também a checagem manual das referências bibliográficas dos artigos selecionados e de capítulos de livros sobre o tema. RESULTADOS: Foram encontrados dois ensaios clínicos abertos e 15 controlados. O desfecho primário na maioria desses estudos é a compulsão alimentar. No geral, os ensaios clínicos avaliados sugerem que o uso da terapia cognitivo-comportamental resulta numa melhora significativa da compulsão alimentar e dos sintomas psicopatológicos associados ao transtorno da compulsão alimentar periódica, sem resultar em perda de peso substancial. CONCLUSÕES: As evidências disponíveis sugerem que a terapia cognitivo-comportamental é um método de tratamento eficaz para o transtorno da compulsão alimentar, em relação aos componentes psicológicos dessa condição. Entretanto, sua eficácia na redução do peso corporal e na manutenção dos seus efeitos no longo prazo ainda precisa ser melhor investigada.