Grupos reflexivos de gênero para homens no ambiente virtual - primeiras adaptações, desafios metodológicos e potencialidades

Abstract

Este artigo tem por objetivo problematizar a adaptação de metodologias grupais reflexivas sobre gênero ao sistema de encontros online mediados por programas que permitem reuniões no espaço virtual. Relata-se o desafio de manter uma postura teórico-filosófica e metodológica alinhada a processos reflexivos, coconstrução de espaços relacionais de discussão, respeito à diversidade e problematização das relações de gênero, atentos a um novo contexto social e a produção de novas desigualdades. Busca-se trazer à reflexão aspectos adaptativos iniciais, desafios e potencialidades a partir da experiência dos autores na realização destes grupos nos meses iniciais de pandemia e isolamento social. Considerando a experiência de utilização da metodologia de grupos reflexivos do Instituto Noos e da organização MEMOH, foca-se especialmente no público de homens interessados na reflexão coletiva sobre gênero e masculinidades. Desenvolve-se uma nova organização de convivência e etiqueta relacional que permite avanços, porém também alinha em seu torno perdas, em comparação ao formato presencial.

Institutional overview of group work with men perpetrators of violence against women in Brazil

“…Some studies indicate the appropriate time for assessments, suggesting 15 months of follow-up to verify the consistency of former participants' non-violent behavior (Veloso;Nativity, 2013). Beiras, Bronz, and Schneider (2020) proposed the insertion of activity monitoring and evaluation as they are carried out. This procedure favors participants by promoting an additional reflection on the relevance of the activity and application in their own lives and that of facilitating teams, who can adopt a posture of constant improvement of their work.…”

“…In general, we find gaps in the evaluative management of the group activities in Brazil, which could be remedied with continuous evaluation when possible, external guidance, updated documentation, and quality control mechanisms (Veloso;Nativity, 2013). In any case, the literature deems evaluation of group projects as fundamental and, thus considers it as the main difficulty to be overcome (Beiras et al, 2020;Veloso;Natividade, 2013;(Rothman et al, 2003). In Latin America, self-assessment is the most widely used evaluation mechanism, despite its low reliability Rothman et al, 2003), a fact also confirmed in our panorama that, once again, enables the quantitative knowledge of gaps in the literature (Beiras et al, 2020;Toneli;Borders;Ried, 2017;Veloso;Nativity, 2013).…”

“…In any case, the literature deems evaluation of group projects as fundamental and, thus considers it as the main difficulty to be overcome (Beiras et al, 2020;Veloso;Natividade, 2013;(Rothman et al, 2003). In Latin America, self-assessment is the most widely used evaluation mechanism, despite its low reliability Rothman et al, 2003), a fact also confirmed in our panorama that, once again, enables the quantitative knowledge of gaps in the literature (Beiras et al, 2020;Toneli;Borders;Ried, 2017;Veloso;Nativity, 2013).…”

“…It is well known that caution is required in analyzing mandatory linkage as a favorable factor for the active participation of these men to provoke reflections and the consequent alteration of violent behavior. In any case, the reported difficulties evince the discussions in academic production (Beiras, 2014;Beiras et al, 2020;Novaes;French;Beiras, 2018;Toneli;Borders;Ried, 2017;Veloso;Nativity, 2013). Our broad and representative panorama of the Brazilian context updates previous observations, such as the report on group care services for aggressors, as the Noos Institute points out that the obstacle to continuous resources and the absence of a specific national policy toward actions with MPV configure the main reasons for localized and punctual initiatives (Beiras, 2014).…”

O Trabalho com Homens Autores de Violência contra Mulheres: uma Entrevista com o Professor Dr. Adriano Beiras

“…Beiras orienta projetos de pesquisa e extensão, assim como discentes de mestrado e doutorado nas temáticas de masculinidades, violências, gênero, saúde do homem e segurança pública. Beiras et al, 2021;Beiras & Bronz, 2016, para maiores informações).…”