Objetivou-se avaliar as condições e percepções de saúde bucal de pessoas com deficiência visual. Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório, quantitativo, realizado com 72 portadores de deficiência visual em instituto para cegos do interior do estado de São Paulo. Foram aplicados os questionários OHIP-14 para adultos, CPQ-11-14 para crianças e índice CPOD para avaliar a condição de saúde bucal. Variáveis sociodemográficas foram consideradas. Os dados foram analisados de forma descritiva, através de frequências relativas, absolutas e analíticas. Variáveis categóricas foram comparadas por meio dos testes Qui-quadrado e teste exato de Fisher, significância 5%. O CPOD médio foi 12,8 para a idade média 34,5 anos, 50% eram totalmente cegos e 65,3%, do sexo masculino. Grande parte relatou necessidade de ir ao dentista (66,7%), apresentando significância estatística associada à percepção de saúde bucal (p = 0,024). Entre os grupos cegueira total e baixa visão, a dimensão desconforto psicológico foi estatisticamente significativa (p = 0,0008), demonstrando maior impacto na qualidade de vida do grupo cegueira total. Conclui-se que os indivíduos com deficiência visual possuem boa percepção de sua saúde bucal e condição bucal compatível com a média populacional brasileira. No entanto, ainda são necessárias ações de promoção da saúde bucal específicas para atender suas carências.