Hanseníase Lepromatosa: Relato de um Caso do Tipo Histióide-Símile.

Abstract

A hanseníase históide representa uma forma atípica de apresentação da hanseníase virchowiana, descrita por Wade em 1963, com características clínicas e anatomopatológicas próprias, que no passado era considerada um marcador de resistência medicamentosa e recidiva. Clinicamente caracteriza-se por placas ou nodulos de aspecto queloidiforme. À microscopia óptica nota-se infiltrado predominantemente constituído por células fusiformes que por vezes simula neoplasia fibrohistiocítica, associada a poucos macrófagos espumosos e numerosos bacilos álcool-ácido-resistentes. Relata-se um caso de hanseníase virchowiana com lesões clinicamente compatíveis com a forma históide, a fim de demonstrar e reforçar o seu grande polimorfismo clínico e a importância do seu conhecimento para diagnóstico e tratamento precoce, para interromper a cadeia de transmissão e diminuir a ocorrência de incapacidades irreversíveis causadas pela doença.

Hanseníase histoide de Wade: série de casos

“…Assim, não aconteceria a apresentação adequada de antígenos às células imunológicas efetoras. 6 Também, supõe-se que a Hanseníase histoide seja decorrente da erradicação parcial dos M. leprae, com a permanência de bacilos resistentes em pessoas que receberam dapsona em monoterapia ou aparentemente apresentem melhora em pouco tempo de tratamento, mas logo depois desenvolvem os nódulos histoides. Ainda, pode ocorrer casos "de novo" naqueles indivíduos com imunidade celular sistêmica deprimida.…”

“…Além disso, as regiões palmo-plantares são frequentemente poupadas. 6 Ademais, os sinais e sintomas são frequentemente confundidos com dermatofibroma, dermatofibrossarcoma protuberans, xantoma e neurofibromas, assim sendo necessário o diagnóstico diferencial através da histologia ou baciloscopia. Ainda, a principal diferença histológica e imunohistoquímica entre a forma histoide e virchowiana é a presença de células fusiformes e a ativação das respostas celular e humoral mais forte, com maior infiltração de células T na Hanseníase histoide.…”

“…Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a terapia de escolha para todas as formas multibacilares de Hanseníase é a poliquimioterapia (PQT-MB), englobando a Hanseníase de Wade, que apresenta bons resultados. 6 Nos três casos relatados, os tratamentos foram iniciados com dose mensal supervisionada e a continuação do uso das medicações em domicílio. Além disso, foram orientados sobre a necessidade da realização terapêutica por no mínimo doze meses.…”