OBJETIVO: Caracterizar os hábitos auditivos e relacioná-los aos achados audiológicos de adultos sem queixas auditivas, usuários de estéreos pessoais. MÉTODOS: Foram avaliados 85 indivíduos, com idades entre 18 e 34 anos, com audição normal, sem exposição a ruído ocupacional. Todos responderam a um questionário de hábitos auditivos, disponibilizado na Internet e foram convocados para a avaliação audiológica: Audiometria Altas Frequências, Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) e Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOAPD). RESULTADOS: Os participantes do estudo ficam expostos à música por mais de duas horas diárias, há mais de quatro anos, normalmente em meios de transporte. Observou-se um entalhe em 6 kHz no delineamento da configuração audiométrica a partir das médias dos limiares auditivos de via aérea, característico de PAIR. Quanto maior o tempo (em anos) de exposição ao som, maior a chance de ausência de EOAT e incidência de zumbido. A maioria se preocupa com a saúde auditiva e acredita que os maus hábitos podem causar danos à audição. CONCLUSÃO: Embora os indivíduos não tenham apresentado queixas auditivas, aspectos relacionados à exposição ao ruído foram evidenciados, tais como zumbido, estresse e relatos de dificuldade crescente de inteligibilidade de fala com o aumento do ruído ambiental.