Este estudo teve por objetivo identificar os fatores determinantes da adoção do hedge accounting pelos bancos brasileiros que publicam demonstrações financeiras em IFRS. Para a realização dos testes foram examinadas demonstrações financeiras em IFRS de 41 bancos, no período de 2015 a 2020. Os resultados dos testes empíricos revelaram que a adoção do hedge accounting é positivamente relacionada com: (i) o fato de os bancos terem o capital de controle de natureza privada, serem de capital aberto (listados na B3) e possuírem investimentos no exterior, sob a forma de dependências ou subsidiárias; e (ii) o nível de participação das carteiras de crédito a clientes e de títulos e valores mobiliários na estrutura patrimonial das entidades. Os testes demonstraram, também, que o tamanho dos bancos, o fato de serem listados nos níveis de governança da B3 e o nível de rentabilidade das entidades não ajudam a explicar a adoção do hedge accounting pelos bancos brasileiros. Os resultados permitem identificar padrões nas instituições financeiras que mais adotam o hedge accounting e possibilitam aos agentes econômicos entender as escolhas contábeis praticadas por essas entidades, considerando a sua relevância para a indústria financeira – em especial quanto à necessidade de gestão de riscos e de capital em empresas deste segmento. Adicionalmente, os achados suprem um gap de literatura no que tange ao segmento financeiro, identificando fatores que funcionam como incentivos para a adoção da contabilidade de hedge – prática contábil compatível com o gerenciamento de riscos pelos bancos brasileiros.