Resumo
Objetivo Diversos modelos animais têm sido usados em estudos sobre enxertos ósseos e o tratamento de fraturas, mas as respostas hematológicas são raramente relatadas. Este estudo descreveu as alterações hematológicas observadas em coelhos submetidos a xenoenxertos de matriz óssea desmineralizada caprina (MODC).
Métodos Vinte e quatro (24) coelhos machos (2,5 ± 0,5 kg) foram adquiridos para este estudo e divididos aleatoriamente em três grupos: enxerto ósseo autólogo (EOA); controle negativo sem preenchimento (SP) e matriz óssea desmineralizada caprina (MODC). Amostras de sangue foram coletadas por punção cardíaca sob anestesia com xilazina-quetamina no dia 0 (para estabelecimento dos valores basais) e aos dias 28 e 56 após a cirurgia; essas amostras foram submetidas à análise manual em até 2 horas após a coleta. A análise estatística foi composta por análise de variância (ANOVA) de dois fatores com medidas repetidas, e o valor de p < 0,05 foi considerado significativo.
Resultados Houve uma diferença geral significativa nos números de leucócitos totais (p = 0,0043), neutrófilos (p < 0,0001), monócitos (p = 0,0184) e hemácias (p = 0,003), na concentração de hemoglobina (p < 0,0001) e no hematócrito (p < 0,0001) ao longo dos dias e entre os grupos de tratamento. No entanto, não houve diferença global significativa no número de linfócitos (p = 0,4923), basófilos (p = 0,4183) e eosinófilos (p = 0,4806) entre os dias.
Conclusão A resposta ao enxerto de MODC em coelhos é, portanto, caracterizada por leucocitose intensa com neutrofilia, linfocitose e monocitose no 28° dia após o procedimento. Esses dados podem basear a utilização da hematologia no monitoramento da resposta corporal em modelos animais de enxerto ósseo.