Neste trabalho, investigamos a ocorrência de espécies de leveduras isoladas de sangue e cateter de pacientes internados em um hospital público infantil no período de 2007 a 2010. Pesquisamos a presença de C. dubliniensis pelos métodos fenotípicos; investigamos as espécies dentro do complexo Candida parapsilosis por meio da técnica do seqüenciamento; e estudamos as espécies do complexo Candida parapsilosis quanto a produção de biofilme. Também investigamos os fatores relacionados a virulência: proteinase, fosfolipase, hemolisina e hialuronidase; e estudamos o perfil de sensibilidade das amostras frente aos antifúngicos a anfotericina B, fluconazol e caspofungina pelo método "Etest ® ". Observamos que, dentre os anos em estudo, C. albicans foi a levedura mais isolada com 36.45%, seguida de C. tropicalis 23.36%, C. parapsilosis sensu stricto 21.49%, Pichia anômala 5.61%, C. guilliermondii 4.67%, C. krusei 2.80%; C. orthopsilosis 1.87%, C. glabrata 1.87%, C. metapsilosis 0.94%, C. pararugosa 0.94%. Na pesquisa de C. dubliniensis, todas as amostras cresceram a 45°C, bem como, todas cresceram no "caldo Sabouraud dextrose" hipertônico, sendo, desta forma, identificadas como C. albicans. No seqüenciamento das amostras do complexo Candida parapsilosis, C. parapsilosis sensu estricto foi a espécie mais prevalente, representando 88,46% dos isolados, C. orthopsilosis e C. metapsilosis apresentaram apenas 7,69% e 3,85% respectivamente. Na produção de biofilme por amostras do complexo Candida parapsilosis, oito amostras de C. parapsilosis sensu estricto produziram biofilme, e apenas uma amostra de C. orthopsilosis foi produtora, enquanto que C. metapsilosis não produziu biofilme. Em relação aos fatores de virulência, as espécies não-albicans apresentaram maior atividade de proteinase e hialuronidase do que as C. albicans. No estudo das exoenzimas fosfolipase e hemolisina, C. albicans foi mais produtora, quando comparada com as espécies não-albicans. Das 107 amostras em estudo, frente ao antifúngico anfotericina B todas as amostras foram sensíveis. Com relação ao antifúngico fluconazol, 11 (10.3%) amostras demonstraram sensibilidade dose-dependente (SDD), e quatro (3.74%) foram resistentes. Em relação a caspofungina, duas amostras de C. guilliermondii foram resistentes, enquanto que as amostras de C. parapsilosis produziram os mais altos valores de CIM 50 do que as demais espécies. Dos antifúngicos em estudo, todos parecem ser mais ativos contra C. albicans que espécies não-albicans.