Henry James's Literary Theory and Criticism

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“…Na ficção de Henry James, em particular, a recepção crítica de seus textos logrou perspectivas radicalmente distintas no que tange uma interpretação acerca daquilo que viria a ser projeto literário. Com efeito, uma linha temporal divisória se estabelece, pois, enquanto teóricos das primeiras décadas do século XX como Percy Lubbock (1976), um dos primeiros críticos devotados ao estudo de prosa literária de Henry James, define-o como escritor formalista, ou ainda Timothy P. Martin (1980), em um gesto de notável discordância de Lubbock (1976), classifica-o como um autor ligado a mimesis, críticos posteriores, como Wayne C. Booth (1983) e René Wellek (1958), fornecem uma perspectiva de leitura menos reducionista a respeito da vasta, complexa e em constante mutação da obra de Henry James. Booth (1983) argumenta que James desenvolve, ao longo de sua produção literária, um conjunto de várias técnicas narrativas.…”

“…Booth (1983) argumenta que James desenvolve, ao longo de sua produção literária, um conjunto de várias técnicas narrativas. Na mesma perspectiva, Wellek (1958) considera que o caráter mutável e que resiste a qualquer gesto de redução classificatória se deve ao fato de a prosa de Henry James constituir-se como uma forma orgânica.…”

“…Com objetivo de superar as limitações da crítica produzida por Lubbock e Martin, René Wellek, em Henry James's Literary Theory and criticism (1958), produz um estudo seminal acerca da crítica jamesiana, postulando que as alcunhas de escritor realista ou formalista são impróprias para uma compreensão mais apurada dos escritos ficcionais e de crítica de Henry James. Com base nesse argumento, Wellek (1958) defende o imperativo de a produção crítica de James ser analisada em sua totalidade, tomando esse conjunto desde suas resenhas aos artigos para o The new novel (1914), por exemplo. Para fundamentar a discussão, Wellek (1958) atenta para a existência de um contraste de opinião a respeito de James como crítico, citando como exemplo mais notório a observação implacável de T. S. Eliot ao afirmar que Henry James "[...] não é um crítico literário de sucesso.…”

“…Com base nesse argumento, Wellek (1958) defende o imperativo de a produção crítica de James ser analisada em sua totalidade, tomando esse conjunto desde suas resenhas aos artigos para o The new novel (1914), por exemplo. Para fundamentar a discussão, Wellek (1958) atenta para a existência de um contraste de opinião a respeito de James como crítico, citando como exemplo mais notório a observação implacável de T. S. Eliot ao afirmar que Henry James "[...] não é um crítico literário de sucesso. Sua crítica a livros e escritores é rasa.…”

“…Nesse sentido, se fossemos levar em conta apenas a forma orgânica, conseguiríamos extrair o máximo possível dos romances de Henry James e não seria possível reduzi-lo a uma única categoria formal ou filiação estética. Ao tomarmos As Asas da Pomba (1998) como exemplo, romance a ser examinado na próxima seção desse artigo, a forma orgânica advogada por Wellek (1958) atestaria que as abordagens filosóficas empregadas por James são inegavelmente as mais variadas, indo da mimese, passando pelo formalismo e chegando a formas que preconizam o fluxo de consciência. Por essa razão, ao explicar que a forma orgânica não teria como definir James como um realista e nem formalista, Bellei (1998) considera que James deveria ser considerado como "realista formal" (formal realist) e pondera que, mesmo tentando não reduzir James a uma categoria específica, Wellek (1958) não obtém êxito, porém, dentre os vários críticos que se dedicaram à árdua tarefa de examinar a ficção de James, a crítica de Wellek se firma menos redutiva quando comparada com as de Lubbock e Martin.…”