RESUMO:Esta pesquisa insere-se no campo da etnofarmacologia e utiliza, como fonte de dados, informações de gestantes usuárias, ou não, de fitoterápicos. O objetivo foi o de analisar representações formadas sobre o uso de plantas medicinais por gestantes em tratamento ambulatorial. Na perspectiva metodológica, assinala-se a natureza qualitativa do estudo e o emprego da análise de conteúdo, na perspectiva bardiniana. O levantamento de dados foi feito com um grupo de gestantes que usava e um grupo que não usava fitoterápicos. As análises permitiram identificar as categorias da concepção e dos motivos do uso, ou não, das plantas, verificando-se, com o grupo de usuárias, que o seu conhecimento vem sendo transmitido de geração a geração, principalmente através da informação verbal. Pôde-se, então, observar que esse conhecimento, embora aceito, pode levar ao uso inadequado ou ineficaz. No grupo que não usava fitoterápicos, pôde-se perceber desconhecimento da fitoterapia, ou a compreensão das plantas como perigosas, prejudiciais ao feto. Nas conclusões, verificaram-se dificuldades de identificação e administração segura das plantas e um certo grau de mistificação, além do uso de substâncias ineficazes e potencialmente tóxicas, destacando-se, então, o valor do diálogo entre médico e pacientes, com atenção ao possível uso medicinal de plantas.
Palavras-chave: gravidez, etnofarmacologia, representações sociais, plantas medicinaisABSTRACT: Representations of pregnant women on the use of medicinal plants. The present ethnopharmacological study evaluated information by pregnant women using phytotherapy or not. Its aim was to analyze representations on the use of medicinal plants by pregnant women under outpatient care. As regards methodology, the qualitative nature of the study and the content analysis underlie the bardinian approach. Data were collected from two groups: phytotherapyuser and non-user pregnant women. Categories related to the concept and the reason of plant use or non-use were identified. In the users group, knowledge has been transmitted over generations, mainly through verbal information. Although such knowledge has been accepted, it can lead to an unsuitable or inefficient use. The group of non-users was unaware of phytotherapy and considered plants dangerous and harmful to the fetus. In conclusion, there were difficulties regarding plant identification and safe administration, as well as certain mysticism, in addition to the use of inefficient and potentially toxic substances. Thus, the dialogue between doctors and patients focused on the possible medicinal use of plants must be emphasized.