RESUMO -Relatamos o caso de um paciente de 45 anos com neuroacantocitose. O paciente apresenta crises parciais complexas com automatismos e crises generalizadas tônico-clônicas, assim como distúrbios do movimento caracterizados por coréia do tronco e membros superiores, e discinesia orofacial. Os exames complementares revelam acantocitose de 11%, eletrencefalograma com foco irritativo no lobo temporal direito, creatino fosfoquinase sérica de 101 U/L e imagem de ressonância magnética com redução volumétrica e hiper-intensidade do sinal no núcleo caudado e putâmen bilateralmente.PALAVRAS-CHAVE: acantocitose, distúrbios do movimento, epilepsia.
Neuroacanthocytosis: a case reportABSTRACT -We present a 45 years old man with neuroacanthocytosis. This gentleman has complex partial seizures and generalized tonic-clonic seizures, as well as movement disorders characterized by chorea and orofacial diskinesia. Complementary examination shows acanthocytosis of 11% on peripheral blood, irritative focus on right temporal lobe on EEG, serum creatinokinase of 101 U/l and volume reduction and hypersignal on caudate nucleus and putamen bilaterally on MRI.KEY WORDS: acanthocytosis, movement disorders, epilepsy.A neuroacantocitose (NA) é distúrbio neurológico no qual manifestações extrapiramidais, amiotrofia e epilepsia associam-se frequentemente à presença de hemácias espiculadas, denominadas acantócitos, no sangue periférico. Trata-se de enfermidade rara, provavelmente subdiagnosticada, havendo poucos casos relatados na literatura médica. Relatamos o exame clínico, a complementação diagnóstica laboratorial e de imagem, o tratamento e a evolução clínica de paciente com diagnóstico de NA.
REL REL REL REL RELA A AA ATO DO CASO TO DO CASO TO DO CASO TO DO CASO TO DO CASO JAM, 45 anos, branco, casado, origem açoriana, natural de Biguaçu e procedente de Palhoça, ambos municípios situados na região metropolitana de Florianópolis, frentista aposentado. 1 Este paciente era assintomático até os 6 anos de idade, quando apresentou uma crise generalizada tônico-clônica (CGTC). Aos dezesseis anos repetiu crise com padrão idêntico. Nega uso de qualquer medicação entre estes dois episódios. A partir deste último, o sintoma passou a ser recorrente. Além disso, seus ataques passaram a ter nuances diferentes dois tipos distintos de crises epiléticas sendo identificados. A primeira modalidade, descrita por ele e seus familiares