Hidrato de gás submarino: natureza, ocorrência e perspectivas para exploração na margem continental brasileira

Abstract

Hidrato de gás, ou clatrato é um sólido cristalino sendo composto de água e gases de peso molecular pequeno. Os hidratos de metano são abundantes em sedimentos submarinhos nas margens continentais. A distribuição dos clatratos pode ser mapeada através de perfilagem sísmica, perfis de poço, e amostragem geoquímica. A quantidade estimada de hidratos de gás submarino no mundo equivale aproximadamente a duas vezes o total de todos os recursos convencionais de óleo e gás. Entretanto, a exploração de hidratos de gás submarino como fonte de energia ainda não é viável em termos técnicos ou econômicos. Deslizamentos de grandes proporções podem ser desencadeados pela dissociação dos hidratos. O gás liberado durante um evento dessa natureza pode entrar na atmosfera, estimulando o efeito estufa. O talude continental do Brasil mostra em várias localidades assinaturas geofísicas da presença de hidratos de gás, e isto não é incomum, uma vez que as condições geológicas adequadas para a formação deste mineral são encontradas em outras áreas da margem continental. Apesar da existência de recurso como os hidrocarbonetos não-convencionais em águas brasileiras, esses também apresentam um risco desconhecido quanto às operações de exploração e de produção em campos de óleo e gás já em desenvolvimento em águas profundas. Palavras-chave:Hidrato de gás; Margem continental; Geoquímica orgânica; Recursos marinhos. SUBMARINE GAS HYDRATES: NATURE, OCCURRENCE & PERSPECTIVES FOR EXPLORATION IN THE BRAZILIAN CONTINENTAL MARGIN -

Natural gas hydrates in the Rio Grande Cone (Brazil): A new province in the western South Atlantic

“…Gas hydrate deposits may be present at or near the base of the GHSZ in the Rio Grande Cone as suggested by the presence of ubiquitous world-class BSRs in the area (Sad et al, 1998;Fontana and Mussumeci, 1994;Clennell, 2000;Oliveira et al, 2010). Such pervasive BSRs are a substantial indication that free gas should be present in the sediments immediately below the GHSZ, having possibly migrated vertically through deep-seated faults (Fig.…”

Seismic stratigraphy and subsidence analysis of the southern Brazilian margin (Campos, Santos and Pelotas basins)

“…These have been interpreted as BSR; nearby mud diapirs probably represent escape features related to gas migrating toward the seafloor. The upper reflector (500e700 m below the sea-bottom) seems to define the gas hydrate stability zone (GHSZ), and the lower reflector (2000e3500 m below the sea-bottom) the boundary of the zone where gas occurs in pore space (see Clennell, 2000). However, the available well data do not validate this interpretation.…”

The influence of methane fluxes on the sulfate/methane interface in sediments from the Rio Grande Cone Gas Hydrate Province, southern Brazil

“…The Pelotas Basin has an area of approximately 250,000 km 2 resulted from the rifting of Gondwana and the drifting of the South American plate, having accumulated a thick sedimentary package (up to 12 km) from the Barremian to the Recent. The main structures present in the basin are normal faults in the proximal extensional domain and folds and thrust faults in the distal compressional domain (Silveira &Machado 2004).Distinct bottom simulating reflectors (BSRs) are ubiquitous in the Rio Grande Cone, and have been used as the main evidence for the occurrence of large gas hydrate deposits in the Pelotas Basin in Brazil (Sad et al 1998, Fontana & Mussumeci 1994, Clennell 2000,Oliveira et al 2010, Miller et al 2015 and in Uruguay (Tomasini et al 2011).…”