A floresta nativa exerce um papel essencial para a manutenção dos recursos hídricos, e, consequentemente, para o desenvolvimento sustentável dos estabelecimentos agropecuários. O objetivo desse estudo foi avaliar a dinâmica espacial e temporal da cobertura do solo na microbacia e zona ripária do rio Água Limpa, estado de Rondônia, a fim de se selecionar estratégias para o planejamento e gestão ambiental com ênfase no desenvolvimento sustentável da região. Foram utilizadas imagens do projeto MapBiomas (1985, 1998, 2008 e 2022) e o software QGIS 3.28.9. Em 1985, a cobertura do solo da microbacia (99,32 km2) e da zona ripária (14,52 km2) era principalmente composta por formação florestal (66,74% e 61,85% das áreas, respectivamente) e pastagem (29,05% e 29,61% das áreas, respectivamente). Após 37 anos, a área de formação florestal foi reduzida em ambas as regiões, alcançando apenas 16,12% na microbacia e 26,58% na zona ripária. Em contrapartida, ocorreu o crescimento da área de pastagem, que passou a ocupar 63,55% e 67,98% das respectivas áreas em 2022. No período de 2008 a 2022 também foi verificado o crescimento de áreas de soja, principalmente na microbacia. A supressão excessiva da vegetação nativa na microbacia e o avanço da agropecuária na zona ripária pode reduzir a disponibilidade de água, tornando a microbacia suscetível à escassez hídrica durante o período de estiagem, comprometendo, assim, o desenvolvimento sustentável da região. Para mitigar o risco de escassez hídrica recomenda-se a adoção práticas e sistemas conservacionistas integrados. A ferramenta SIG pode ser utilizada para o monitoramento da cobertura do solo, indicando áreas prioritárias para fiscalização e intervenções por parte dos órgãos ambientais.