O estado de São Paulo lidera a produção brasileira de água mineral. Devido ao seu complexo arcabouço hidrogeológico, composto por vários aquíferos sedimentares e fraturados, as águas minerais apresentam diferentes características hidrominerais. Assim, o principal objetivo foi avaliar o potencial hidromineral dos aquíferos paulistas, fundamentado pelo Código de Águas Minerais (CAM) e legislações internacionais correlatas, a partir de uma base de dados pública de laudos analíticos de 276 poços de águas subterrâneas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Baseado nas concentrações de Sólidos Totais Dissolvidos (STD), observou-se que as águas subterrâneas possuem grau variável de mineralização, sendo as águas mais mineralizadas associadas aos sistemas aquíferos Serra Geral (SASG), Tubarão (SAT) e Bauru (SAB). Entretanto, apenas 8,7% das águas se enquadrariam como mínimo e baixo teores de STD pela legislação dos Estados Unidos. Similarmente, apenas duas amostras seriam enquadradas como muito pouco mineralizadas e 81,5% em pouco mineralizadas pela legislação europeia. Pelas classificações dispostas pelo CAM, as amostras foram caracterizadas pela temperatura, predominantemente, como frias e hipotermais, e uma pequena parcela como mesotermais e hipotermais. As águas mais frias prevaleceram no aquífero Cristalino (SAC), enquanto as águas de maiores temperaturas ocorreram no Guarani (SAG). Todo os aquíferos possuíram potencial hidromineral pela classificação química, pela concentração de flúor, seguido em ordem decrescente, pelo lítio no SAC, o vanádio no SASG, a alcalina bicarbonato no SAT, sulfato e selênio de forma mista no SAT e SASG.