Atividades dos óleos essenciais sobre os microrganismos Óleos essenciais são metabólitos secundários produzidos por plantas aromáticas e podem estar presentes como misturas que compreendem terpenoides, especialmente monoterpenos (C10) e sesquiterpenos (C15), podendo incluir os diterpenos (C20). Nesta mistura podem estar presentes ácidos, álcoois, aldeídos, hidrocarbonetos alifáticos, ésteres acíclicos ou lactonas, compostos raros, contendo nitrogênio e enxofre; cumarinas e homólogos de fenilpropanoides (BAKKALI et al., 2007).De acordo com os mesmos autores, os óleos essenciais são considerados produtos naturais, com odor forte, líquidos, límpidos e coloridos, e geralmente são solúveis em lipídios e solventes orgânicos de densidade inferior à da água. Podem estar presentes em todos os órgãos das plantas, incluindo botões, flores, folhas, sementes, galhos, caules, frutos, raízes, madeira ou casca. Geralmente, os óleos essenciais são armazenados pelas plantas em células secretoras, cavidades, canais, tricomas glandulares ou células epidérmicas.A atividade antimicrobiana dos óleos essenciais deve-se à sua solubilidade na bicamada fosfolipídica das membranas celulares. Compreende, também, ação dos terpenoides, que são caracterizados por sua capacidade de interferir nas reações enzimáticas do metabolismo energético celular (KNOBLOCH et al., 1989). De acordo com Nazzaro et al., (2013), a característica de hidrofobicidade dos óleos faz com que os óleos essenciais rompam as estruturas bacterianas. Nas bactérias Gram-positivas, a característica da parede celular (peptideoglicano) favorece as moléculas hidrofóbicas a alcançarem o interior da célula. No caso das Gram-negativas, o lipopolissacarídeo que faz parte da constituição da parede celular permite a passagem das moléculas hidrofílicas e é parcialmente permissiva à passagem das hidrofóbicas (Figura 1). Fonte: Adaptado de Aiemsaard et al., (2011).De acordo com Amorena et al. (1999), o S. aureus diminui sua susceptibilidade aos antibióticos, quando encontrados em biofilmes, que após formados, necessitam de altas concentrações de óleo para difundir passivamente através da matriz de biofilme até atingir as bactérias. As concentrações inibitórias do óleo podem depender do coeficiente de difusão e características lipofílicas dos óleos testados. Além disso, é possível que os componentes dos óleos essenciais, tanto os compostos em maiores e menores concentrações, possam agir em conjunto, por sinergismo ou potencialização, contribuindo para a atividade antimicrobiana e antibiofilme.