RESUMOObjetivo: Analisar o padrão de mortalidade por diabetes nas capitais brasileiras entre 1980 e 2007. Materiais e métodos: Foram calculadas taxas de mortalidade quadrienais e anuais, padronizadas por idade pela população mundial. Modelos de regressão linear foram estimados para análise da tendência nas capitais. Resultados: No primeiro quadriênio, a taxa mais elevada correspondeu a 42,89/100.000 em Aracaju e, no último, a 54,38/100.000 em São Luís. Foram observadas tendências estatisticamente significativas de incremento na maioria das capitais, embora com diferenças regionais. Belo Horizonte foi a única capital a mostrar tendência de declínio. Conclusões: Uma parte do incremento observado poderia ser atribuída a melhoras no acesso ao diagnóstico e na certificação da causa de morte, porém diferenças regionais na prevalência de fatores de risco e proteção para a doença possivelmente também estão implicadas. A não disponibilidade de série histórica de casos incidentes impossibilita determinar se esses resultados refletem tendências atuais da incidência do diabetes no Brasil. Arq Bras Endocrinol In the first quadrennial period, the highest rate was 42.89/100,000 in Aracaju; and in the last quadrennial period, 54.38/100,000 in São Luis. Although mortality rates showed statistically significant incremental trends in most capitals, there were regional differences. Belo Horizonte was the only capital to show a declining trend. Conclusions: Part of the observed increment could be attributed to improvements in access to diagnosis and death certification, but regional differences in the prevalence of diabetes risk and protective factors might also be implicated. The absence of a time series of incident cases makes it difficult to determine if these results reflect current trends in the incidence of diabetes in Brazil. InTRODUçãO O padrão epidemiológico do diabetes melito tipo 2 no mundo tem se modificado nas últimas déca-das e essas mudanças têm sido atribuídas a modificações nos hábitos alimentares, aumento da inatividade física e da obesidade, à urbanização e ao envelhecimento da população (1). Espera-se que, entre 2000 e 2030, sua prevalência global dobre, atingindo cerca de 366 mi-