O atropelamento de fauna em rodovias é responsável pela mortalidade de inúmerasespécies, podendo causar declínio das populações animais. Este estudo avaliou a influência dospadrões espaciais e das variáveis climáticas dos grupos de vertebrados silvestres atropelados naBR-163, Pará. Realizamos o monitoramento em 201km da rodovia, dos quais 151km fazem limitecom a Floresta Nacional do Tapajós. Identificamos os hotspots de atropelamento utilizando análise deKernel e escolhemos os dados de temperatura e precipitação como variáveis climáticas. A paisagemdo entorno da rodovia foi caracterizada e dividida em três recortes espaciais (Trechos 1, 2 e 3).Registramos 650 animais e a taxa de atropelamento de vertebrados foi de 0,08ind./km/dia. Entre asclasses de animais, a maior taxa foi de anfíbios (0,03ind./km/dia), seguida de mamíferos (0,02ind./km/dia), aves (0,02ind./km/dia) e répteis (0,01ind./km/dia). Somente os mamíferos tiveram correlaçãosignificativa com as variáveis climáticas. As espécies com maior número de registro para mamíferosforam Didelphis sp. (29%), Tamandua tetradactyla (17%) e Cerdocyon thous (16%); para aves foramCoragyps atratus (55%) e Crotophaga ani (12%); para anfíbios foi Rhinella marina (58%) e pararépteis foi Boa constrictor (36%). Os hotspots dos vertebrados ocorreram, principalmente, nos Trechos1 e 2, que são caracterizados pela presença de adensamentos urbanos e de plantações agrícolas.Os hotspots estão aparentemente relacionadas aos hábitos dos animais e paisagem do entorno, comalto índice de animais sinantrópicos sendo atropelados em trechos mais próximos a centros urbanos.Dessa forma, discutimos medidas de mitigação que podem garantir a conservação da fauna local (ex.redutores de velocidade, cercas e túneis).