Hipótese glutamatérgica da esquizofrenia: uma revisão integrativa de literatura

Abstract

Introdução: A esquizofrenia é uma doença grave, episódica e persistente, com um curso de tempo característico em que episódios agudos, caracterizados por sintomas psicóticos positivos, como delírios e alucinações, são seguidos por uma fase crônica em que sintomas negativos e cognitivos incapacitantes e deficiências sociais tendem a ser proeminentes. O aminoácido glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central (SNC), presente em cerca de 30 a 40% das sinapses cerebrais e em 80% das áreas envolvidas em processos cognitivos, principalmente no córtex cerebral e no hipocampo. Objetivo: evidenciar a hipótese glutamatérgica na fisiopatologia da esquizofrenia. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, e a pesquisa foi realizada através do acesso online nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google Scholar, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e EBSCO Information Services, no mês de setembro de 2021. Resultados e discussão: A relação da neurotransmissão glutamatérgica com os sintomas apresentados por indivíduos esquizofrênicos pode ser validada ao avaliar a estreita interação entre os receptores NMDA de glutamato na via mesocortical, responsável pelas funções cognitivas normais e pela motivação, e a consequente liberação de dopamina. Em situações de hipofunção da via do glutamato, há pouca liberação de dopamina no córtex, o que resulta nos sintomas negativos e cognitivos. Conclusão: uma série de evidências sugere o envolvimento dos receptores glutamatérgicos tipo NMDA na esquizofrenia.

Retrato quinquenal da morbidade hospitalar por esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes em território brasileiro

“…Acredita-se que a síndrome seja composta por quatro domínios de sintomas: positivos (psicóticos), negativos, afetivos e cognitivos (MASSUDA et al, 2013). No entanto, essa condição ocorre de forma variada, de forma que nem todos os indivíduos acometidos apresentam obrigatoriamente todos esses domínios (DE FIGUEIREDO et al, 2021). As manifestações clínicas surgem de maneira gradual e podem ser notadas durante a adolescência e o início da fase adulta, incluindo perda de interesse, humor depressivo, descuido com o autocuidado e isolamento social (LEME., et al 2018, LOUZÃ, 2007.…”