“…Acredita-se que a memória genuinamente espacial em animais seja um tipo de memória "explícita", por envolver o mesmo substrato neuro-anatômico da memória declarativa dos humanos e pela sua natureza flexível, já que permite a operação por atalhos, quando disponíveis. De fato, diversos estudos mostram o papel do sistema hipocampal no processamento da memória contextual (JARRARD, 1993;REIS et al, 1999;MAREN & HOLT, 2000;RICHMOND & COLOMBO, 2002;GALLO, 2005), que envolve a lembrança de um evento ("o quê") associado às pistas espaciais ("onde") e/ou intrínsecas (como cores ou padrão de cores) do ambiente em que foi adquirido; pombos e ratos, cujo hipocampo foi lesado, treinados a discriminar diferentes situações de reforço em diferentes contextos, apresentam prejuízos no seu desempenho em relação ao controle, fato atribuído à inabilidade desses animais lesados em utilizar as pistas contextuais do ambiente na discriminação (GOOD & HONEY, 1991;JARRARD, 1993;RICHMOND & COLOMBO, 2002). Propõe-se que os animais formem "mapas cognitivos" do ambiente, isto é, constructos neurais que representariam os objetos e suas relações num dado ambiente (TOLMAN, 1932apud XAVIER, 1986.…”