INTRODUÇÃO: No contexto da cronicidade da AIDS, escassos estudos avaliaram variáveis de aptidão física em crianças e adolescentes; entretanto, com adultos têm-se registrado a importância da adesão aos exercícios físicos associados à TARV para melhorar essas variáveis. OBJETIVO: Identificar as características imunológicas, virológicas e as variáveis flexibilidade (FLEX) e força de resistência abdominal (FRA) de crianças e adolescentes portadores de HIV/AIDS em uso de TARV. MÉTODO: Estudo transversal realizado no Ambulatório de HIV/AIDS em Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A amostra foi obtida consecutivamente por 63 pacientes (dez crianças e 53 adolescentes), de ambos os sexos, entre sete e 17 anos. A análise dos dados foi realizada no SPSS, versão 18.0, (p < 0,05). Para comparar as médias foi utilizado o teste t de Student pareado. RESULTADOS: O tempo médio de diagnóstico do HIV e da TARV atual foram 11 ± 3,42 anos e 40 ± 32,78 meses. A forma de transmissão prevalente foi a transmissão vertical (98,42%). A carga viral indetectável foi identificada em 73,1%. A contagem de T CD4+ e T CD8+, bem como sua relação, apresentaram as médias de 932,25 ± 445,53 células/ml, 1.018 ± 671,23 células/ml e 0,90 ± 0,41. Nas variáveis FLEX e FRA, independente do sexo, houve maior proporção de crianças e adolescentes classificadas abaixo dos pontos de corte. Observou-se diferença significativa entre a FRA e seus respectivos pontos de corte no período de diagnóstico do HIV (p = 0,032), T CD4+ (p = 0,008) e na carga viral (p = 0,030). Houve diferença significativa entre a FLEX e seus respectivos pontos de corte nas variáveis T CD4+/T CD8+ (p = 0,022) e na carga viral (p = 0,040). CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que existe uma estabilidade nas características imunológicas e virológicas, porém, níveis indesejados de aptidão física nas variáveis FLEX e FRA.