Homens e a prevenção da aids: análise da produção do conhecimento da área da saúde

Abstract

O envolvimento de homens na prevenção da aids tem sido um dos grandes desafios mundiais. Na busca de subsídios para o enfrentamento desse desafio, este estudo analisa a produção do conhecimento da saúde sobre prevenção da aids, voltada para homens. O método ancora-se numa revisão crítica de artigos científicos, publicados no período de 1997 a 2009, acessados na Biblioteca Virtual em Saúde. O corpo analítico, constituído de 25 artigos, foi trabalhado numa perspectiva qualitativa, priorizando-se a interpretação dos sentidos das ideias centrais presentes no conjunto da literatura analisado. Como resultados da análise destacam-se três temas: representações da aids; potencialidades e limites da informação na prevenção primária, e o preservativo como personagem central da prevenção. Conclui-se que a produção científica acerca do assunto impõe um grande desafio da prevenção que é o de transformar aspectos culturais e sociais que potencializam a vulnerabilidade à transmissão do HIV.

Saúde do homem e masculinidades na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem: uma revisão bibliográfica

“…In this sense, the study by Rebello and Gomes (2009) of young university students in Rio de Janeiro revealed that sexual initiation, according to statements by the subjects of the study, is anchored in an established socio-cultural model of what it is to be a man, obeying the norms of heterosexual conduct, and in which penetration is the principal practice attributed to the masculine sex act.…”

“…Specifically referring to AIDS, stigmatization stands out, as it is still socially represented as "the disease of others": homosexuals, prostitutes, drug addicts, those seen by society as "sexually deviant" (Rebello et al, 2011). This is despite the fact that the epidemiological profile of how the disease spreads has changed in recent decades, coming to affect heterosexual men and women of all social classes, in particular the marginalized and vulnerable populations (Stephan et al, 2010).…”

“Deixo ela no canto e vou tocar minha vida”: significados de viver com HIV para homens com adesão irregular à terapia antirretroviral

“…Esse aspecto foi discutido em uma pesquisa que analisou a produção científica sobre homens e prevenção da AIDS no período de 1997 a 2009 (5) . Nela, os autores apontam que algumas das dificuldades para o uso de preservativos pelos homens podem se relacionar à percepção de intimidade entre os parceiros e à constatação de que essa prática vai de encontro, simbolicamente, a atributos que constituem aspectos das masculinidades hegemonicamente valorizadas em nossa cultura.…”

“…Considerando as altas taxas de mortalidade dos homens quando comparadas às das mulheres (1)(2)(3)(4)(5) , no Brasil, um dos focos de análise no cenário acadêmico tem sido as possíveis relações entre as construções socioculturais em torno da masculinidade e a vulnerabilidade dos homens a algumas doenças e estilos de vida que afetam a saúde (2,3,5,6) . A masculinidade ou as masculinidades se constituem como modelos que servem para formar a identidade do ser homem, que influenciam as atitudes, os comportamentos e as emoções a serem seguidas em uma determinada cultura (2,4).…”

“…Entre as diretrizes preconizadas na PNSH, destaca-se a ênfase na implementação de medidas preventivas em relação a diversas doenças, inclusive as sexualmente transmissíveis, como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Humana (AIDS) (7) . Estima-se que, atualmente, haja 33,2 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo (5) . A discussão da epidemia do HIV e da efetividade das medidas preventivas tem sido articulada em torno do conceito da vulnerabilidade (4) .…”