O pensamento iluminista submete as inteligências humanas à senda da racionalidade, institucionaliza e consolida a setorização e distancia as ideias de trabalho, habitação e lazer no ambiente urbano. O aumento da expectativa e qualidade de vida no último século não representa um campo resoluto, mas é acompanhado pela crise do capitalismo, do espaço urbano e do próprio planejamento. Como proposta para promover a qualidade de vida, no final do século XX, foi desenvolvido o conceito de cidades saudáveis. O Pensamento Complexo de Edgard Morin pode contribuir para a superação das limitações atuais do planejamento urbano no âmbito da concepção. Este artigo tem o objetivo de trazer reflexões referentes às contribuições de um dos Sete Saberes de Edgard Morin, o “Conhecimento Pertinente” e a proposta de Cidades Saudáveis para um novo posicionamento do planejamento urbano, sob a perspectiva da problemática do ambiente urbano no século XXI. Por meio do materialismo histórico e da revisão de literatura foi possível explorar as aproximações conceituais e refletir sobre suas similitudes. A partir da reflexão realizada foi possível apontar contribuições que os dois campos estudados apresentam para superar as crises da ordem do planejamento urbano, assim como para a formação de uma nova percepção de mundo, por meio da transformação do próprio indivíduo e das relações entre o local e o global.