RESUMOO objetivo deste trabalho é relatar a experiência na aplicação de um protocolo de avaliação de hipoglicemia. Realizamos um estudo prospectivo com treze crianças com sintomas de hipoglicemia atendidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com idade média de 5,3 ± 4,5 meses, das quais oito pacientes eram do sexo feminino. Os pacientes foram submetidos ao teste de jejum, estímulo com glucagon e dosagens de glicemia, lactato, pH, ácidos graxos, insulina, peptídeo C, TSH, GH e cortisol, além de urina para avaliação de cetonúria. Dos treze pacientes avaliados, oito apresentaram hipoglicemia persistente e cinco apresentaram hipoglicemia transitória. O diagnóstico mais freqüente foi hiperinsulinismo persistente. Sugerimos a utilização de um protocolo simples de avaliação para hipoglicemia, que contempla as principais etiologias em crianças e que facilita o manejo desses pacientes. The aim of this study is to present the experience of applying hypoglycemia evaluation protocol. We performed a prospective study with 13 children with hypoglycemia symptoms at the Hospital of Clinicas of Porto Alegre, with range age 5.3 ± 4.5 months and eight patients are female. The patients had been submitted to glucagon fasting test and blood glucose, lactate, pH, C peptide, insulin, fatty acids, TSH, GH, cortisol, and urine ketones were measured. Eight patients presented persistent hypoglycemia and five presented transitory hypoglycemia. The most frequent diagnosis was persistent hyperinsulinism. We suggest the use of a simple protocol for the evaluation of hypoglycemia, which contemplates the identifications of the main etiologies in children and facilitates the handling of these patients. (Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/9:1493-1497) Keywords: Hypoglycemia; Childhood; Neonates; Children A HIPOGLICEMIA É UM ACHADO FREQÜENTE em recém-nascidos (RN), particularmente no primeiro ano de vida (1). Na maioria dos RN saudáveis, a freqüente observação dos níveis reduzidos de glicemia não está relacionada a qualquer problema clínico e reflete um processo normal de adaptação à vida extra-uterina (2). Aproximadamente 30% dos RN não conseguem manter seus níveis de glicemia maiores que 30 mg/dl, caso sua primeira refeição seja atrasada em 3 a 6 horas após o seu nascimento (3). A hipoglicemia é geralmente causada por redução das reservas de energia, hiperinsulinemia e/ou excessivo gasto energético. O risco de hipoglicemia transitória está aumenta-