Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a influência dos traços de personalidade no fenômeno do impostor, controlando o papel de variáveis demográficas, e validar a Escala Clance do Fenômeno do Impostor (ECFI) em uma amostra universitária do nordeste brasileiro.
Métodos: Avaliaram-se 204 estudantes universitários de uma Instituição de Ensino Superior do Piauí (Midade = 22,88), maioritariamente do sexo feminino (57,3%) e dos cursos de Psicologia (38,9%) e Pedagogia (15,7%), utilizando o Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (ICFP-20), a ECFI e um Questionário sociodemográfico.
Resultados: A estrutura unifatorial da ECFI foi confirmada por uma Análise Fatorial Confirmatória e a sua confiabilidade foi assegurada (α = 0,92 e ω = 0,92). Uma regressão múltipla hierárquica revelou que, além da idade, a conscienciosidade e o neuroticismo foram traços significativos na previsão do fenômeno do impostor, enquanto o sexo não se mostrou um preditor significativo.
Conclusões: Os resultados validam a ECFI e reforçam a importância de traços de personalidade, como conscienciosidade e neuroticismo, em relação à vulnerabilidade ou resistência ao fenômeno do impostor, especialmente em estudantes mais jovens.