Um dos desafios para os pesquisadores que trabalham com o monitoramento de deformações, é o desenvolvimento de metodologias e técnicas de analises de deformações que considerem o problema em sua concepção original, ou seja, movimentos e deformações da crosta, são de natureza puramente tridimensional. Um dos fatores que possibilitou a implementação de pesquisas considerando tal concepção, foi o surgimento dos Sistemas Globais de Navegação por Satélite – GNSS, que permitem o posicionamento tridimensional de pontos de redes geodésicas de monitoramento com alta precisão, podendo ser utilizados como fontes de informações nos estudos de deformações da crosta. Deste modo, o desenvolvimento deste trabalho é baseado nesta concepção. As deformações da crosta que podem ser suficientemente descritas no espaço tridimensional pelo tensor de deformação, composto por nove parâmetros, sendo seis de deformação pura e três de rotação diferencial, são estimadas a partir de deslocamentos tridimensionais obtidos pelo GNSS. Para estimação deste tensor é utilizada a Colocação por Mínimos Quadrados. A vantagem deste método consiste na modelagem de uma função covariância, a partir da qual é extraído tanto o ruído, que representa os erros das observações, como também, a estimação do sinal, que representa o efeito sistemático. Para consecução desta metodologia, utilizou-se o conjunto de dados obtidos por meio de duas campanhas de levantamento GNSS, realizadas sobre os 35 pontos de monitoramento em torno da região da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias.