Resumo Este artigo analisa tensões e disputas entre o campo da ginecologia e da cirurgia plástica estética, especialidades autorizadas a realizar a cirurgia estética genital feminina no Brasil. Utiliza material documental, incluindo artigos científicos desde a década de 1990, e sites institucionais. Enquanto ginecologistas têm se mantido mais cautelosos com a prática, defendendo sua realização apenas quando há indicações funcionais, cirurgiões/ãs plásticos/as têm sido mais influentes na disseminação do procedimento, privilegiando a dimensão estética. Argumenta-se que, para além de disputas entre campos profissionais, esse fenômeno precisa ser entendido à luz da crescente ênfase no aprimoramento de si, via recursos biomédicos, e dos imperativos de gênero.