RESUMO A utilização da técnica de enxertia em maracujazeiros tem sido uma estratégia promissora para o desenvolvimento de cultivares tradicionais de maracujazeiros que, por sua vez, apresentam raízes suscetíveis a vários patógenos do solo. Contudo, não se conhece o efeito desta técnica sobre as trocas gasosas, as relações hídricas e a eficiência fotoquímica em plantas desta espécie. O objetivo deste trabalho foi estudar a capacidade fotossintética, as relações hídricas e o crescimento de maracujazeiros propagados por semente (PPS) e propagados por enxertia (PPG), submetidos à limitação da disponibilidade de água no solo. O presente estudo foi realizado em casa de vegetação, utilizando mudas de Passiflora edulis f. flavicarpa e mudas enxertadas [Passiflora edulis f. flavicarpa (enxerto) e Passiflora mucronata (porta-enxerto)] cultivadas em potes de 3,5 dm3. Aos 37 dias após o transplantio (DAT), foi suspensa a irrigação em metade das plantas propagadas por sementes (PPSDS, plantas propagadas por sementes em condições de deficiência hídrica) e em metade das plantas propagadas por enxertia (PPGDS, plantas propagadas por enxertia em condições de deficiência hídrica). Em um outro grupo de plantas, o solo foi mantido na capacidade de campo. As trocas gasosas, a emissão da fluorescência da clorofila, a estimativa do teor de clorofilas e os potenciais hídricos foliar e do solo foram determinadas durante o experimento. Nas plantas PPSDS e PPGDS, a restrição hídrica reduziu os valores da condutância estomática, o rendimento quântico incidente (Φi) e a massa seca da raiz em relação aos respectivos controles mantidos irrigados (PPS e PPG). Tanto para as PPSDS e PPGDS, até os valores de -50 kPa de potencial hídrico do solo, houve redução da taxa fotossintética em 50%, sem haver redução do potencial hídrico foliar. Em relação às plantas enxertadas, as plantas propagadas por semente apresentaram maiores valores das medidas biométricas, tanto cultivadas na condição de capacidade de campo, como cultivadas na condição de limitação de água no substrato. A técnica de enxertia não comprometeu o estado hídrico, a emissão da fluorescência e as trocas gasosas.