Identificação de Preditores Para as Chuvas do Setor Leste do Nordeste do Brasil Utilizando Análise de Correlação Canônica

Abstract

O objetivo deste trabalho foi encontrar as melhores variáveis preditoras através de análise de correlação canônica nos ventos alísios, Temperatura da Superfície do Mar (TSM), Pressão atmosférica à superfície no Oceano Pacífico Equatorial e TSM no Atlântico Tropical (área do Dipolo), de forma que se possam elaborar modelos de previsão da precipitação pluvial (período chuvoso) do setor leste do Nordeste do Brasil para os quatro meses mais chuvosos dos três grupos homogêneos, com antecedência de três meses. Os grupos foram escolhidos a partir de análise de agrupamento utilizando o método hierárquico. Para estudar as correlações canônicas entre a precipitação dos grupos com os dados padronizados de TSM, vento e pressão atmosférica, as análises fundamentaram-se na série dos totais de precipitação de abril a julho e dados defasados de médias de três meses (média de Novembro a Janeiro) de TSM, vento em 850 hPa no Pacífico Equatorial e pressão da atmosfera em Tahiti e Darwin para o período de 1986 a 2017. Percebe-se que os principais preditores para os grupos homogêneos foram, por ordem de maior importância: Média de três meses de atraso do índice de ventos alísios Equatorial central (MedWC), Média da pressão atmosférica à superfície em Darwin (Mdarwin), Média do EN 34 (MEN34), Média da pressão atmosférica à superfície em Tahiti (Mtahiti) e Média de índice de ventos alísios leste (MedWE). Nota-se deste atraso que a principal influência está no Pacífico, no ENOS. Predictors identification for rain in the east sector of the Northeast Brazil using canonical correlation analysis A B S T R A C TThe objective of this work was to find the best predictor variables through canonical correlation analysis in trade winds, Sea Surface Temperature (SST), Atmospheric pressure at the surface in the Equatorial Pacific Ocean and SST in the Tropical Atlantic (Dipole area), that models for forecasting rainfall (rainy season) in the eastern sector of northeastern Brazil can be developed for the four rainiest months of the three homogeneous groups, three months in advance. The groups were chosen from the cluster analysis using the hierarchical method. To study the canonical correlations between the precipitation of the groups with the standardized data of SST, wind and atmospheric pressure, the analyzes were based on the series of precipitation totals from April to July and lagged data of three-month averages (average from November to July). January) of SST, wind at 850 hPa in the Equatorial Pacific and atmospheric pressure in Tahiti and Darwin for the period from 1986 to 2017. It can be seen that the main predictors for homogeneous groups were, in order of greatest importance: Average of three months delay of the central Equatorial trade winds index (MedWC), mean of the atmospheric pressure at the surface in Darwin (Mdarwin), mean of the EN 34 (MEN34), mean of the atmospheric pressure at the surface in Tahiti (Mtahiti) and mean of the east trade winds (MedWE). It is noted from this delay that the main influence is in the Pacific, in the ENSO.Keywords: wind, SST, precipitation.

Estimativa e Espacialização da Erosividade em Mesorregiões Climáticas no Estado de Alagoas

“…Esse clima caracteriza-se pelo regime de chuvas irregular espacialmente e temporalmente, característica com maior evidência nas mesorregiões do Agreste e do Sertão alagoano (Oliveira Júnior et al, 2012). Estudos climatológicos mostram que fenômenos do tipo El Niño -Oscilação Sul (ENOS), e a circulação geral da atmosfera (CGA) seriam os responsáveis pela variabilidade pluviométrica no NEB (Nobre e Molion, 1986;Molion e Bernardo, 2002;Moura et al, 2020).…”

“…Vale ressaltar que a estação de transição possui valores das erosividades mensais maiores em relação a estação seca. Os sistemas meteorológicos que contribuem para variabilidade da chuva e, consequentemente da erosividade em Alagoas nas estações seca e de transição correspondem aos Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis (VCAN), sem região preferencial e no período de dezembro a março (Pontes da Lyra et al, 2014); VCAN juntamente com a penetração de Sistemas Frontais (SF), na costa Leste e interior do NEB (Moscati e Gan, 2007;Lyra et al, 2014;Moura et al, 2020); e Alta da Bolívia (AB) juntamente com posição migratória da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), no período de outubro a janeiro (Kousky e Gan, 1981;Rao et al, 1997;Lyra et al, 2014).…”

“…A ocorrência acentuada da erosividade no Leste Alagoano, proximidade do ambiente costeiro, é devida a maior ocorrência de chuvas nessa região (Barros et al, 2012;Lyra et al, 2014). Os sistemas meteorológicos que contribuem para variabilidade da erosividade em Alagoas na estação chuvosa são as circulações das brisas marítima/terrestre juntamente com a penetração dos SF e os ventos alísios, na costa Leste do NEB (ENEB), no período de abril a julho - (Kousky, 1980Molion e Bernardo, 2002Pontes da Silva et al, 2011;Lyra et al, 2014;Moura et al, 2020); seguido da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) juntamente com as Linhas de Instabilidade (LI), na costa Leste e interior do NEB no período de maio e julho (Moura et al, 2009;Lyra et al, 2014) e os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) e Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), no período de março a agosto - (Molion e Bernardo, 2002;Teixeira, 2008;Lyra et al, 2014;Melo, 2019).…”

“…Outro aspecto relevante que contribuem para tais valores da erosividade anual nestas estações é a proximidade com ambiente costeiro, a influência das circulações das brisas marítima/ terrestre e do Complexo Lagunar (Lagoas Mundaú e Man-Figura 6 -Erosividade média mensal (MJ.mm.ha −1 .h −1 ) no período chuvoso, no estado de Alagoas no período de 1960-2016. guaba) que contribuem para maior registro das chuvas nessa área (Da Silva et al, 2010). Com relação às estações de Maceió e Satuba, que fazem parte da Região Metropolitana de Maceió (RMM), estão próximas da Lagoa Mundaú, também são influenciadas pela circulação da brisa lagunar (Nascimento et al, 2018).…”

Inferência Exploratória de Dados Espaço-Temporal da Precipitação Pluviométrica no Nordeste Brasileiro

“…Observou-se especificamente neste estudo, que os grupos formados destacam que os diversos sistemas e anomalias climáticas observados no Nordeste do Brasil atuaram com diferentes intensidades entre ambos. Moura et al (2020) estudando a identificação de preditores para as chuvas do setor leste do Nordeste do Brasil destacaram que sistemas como as ondas de leste, brisas, ZCIT e frente fria atuam nas localidades destes grupos com intensidades diferentes, devido principalmente a orografia. Os autores observaram, para o grupo 1, a influência do oceano Atlântico, devido está situado no litoral, o grupo 2 está a barlavento do planalto da Borborema, influenciado por brisas, e o grupo 3 encontra-se a sota-vento, este que é um setor com subsidência de vento.…”