Em virtude das lesões granulomatosas em animais e humanos aparentemente demonstrarem as mesmas alterações histológicas, poucas dados existem sobre as alterações patobioquímicas relacionadas aos carboidratos expressos pelos tecidos parasitados pelo S. mansoni. Neste trabalho, os resultados indicam que todas as lectinas testadas evidenciaram padrões de marcação diferenciados no tegumento do ovo do parasita e no granuloma periovular. A lectina WGA (Wheat germ agglutinin) apresentou uma intensa marcação do sistema ovo-granuloma (SOG) na esquistossomose experimental, enquanto que nas amostras teciduais humanas a WGA, LTA (Lotus tetragonolobus agglutinin) e PNA (Peanut agglutinin) marcaram apenas o ovo de S. mansoni. A lectina UEA-I (Ulex europaeus agglutinin) marcou de forma incipiente e inespecífica o SOG; por outro lado, a LTA marcou preferencialmente os anéis de fibrose do granuloma hepático em humanos. Houve intensa marcação da WGA no SOG e no ovo de S. mansoni, enquanto que a PNA marcou apenas o ovo do parasita, o qual indica a presença de resíduos de n-acetil-glucosamina e galactose, respectivamente. As lectinas WGA, PNA e Con A (Concanavalin agglutinin) falharam na distinção de tipos celulares encontrados no granuloma tanto experimental como humano. Conclui-se que a análise histoquímica com o uso de lectinas é uma ferramenta útil na investigação de alterações bioquímicas específicas que caracterizam a esquistossomose humana e experimental.