No artigo, discutimos um modelo didático para a periodização da história do pensamento linguístico no Brasil, pelo modelo teórico-metodológico de Pierre Swiggers (2012; 2019; BATISTA, 2019; ALTMAN, 2019) e pelos estudos de periodização de história da gramática, de Ricardo Cavaliere (2002; 2012). Nossa proposta, ainda em fase de desenvolvimento e de debate teórico (KALTNER, 2019, 2020a, 2020b), é vincular a história do pensamento linguístico no Brasil à história institucional, em que houve três grandes modelos administrativos específicos: a antiga colônia, o Império e a República. Essas mudanças institucionais teriam se relacionado a três momentos também no desenvolvimento da história do pensamento linguístico: um período missionário, um período secular e um período científico, segundo o modelo teórico ainda em desenvolvimento. Como estudo de caso, propomos analisar uma periodização relacionada à Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (ANCHIETA, 1595), primeira obra com reflexões metalinguísticas no contexto do Brasil, escrita entre 1554 e 1556.