A pancreatite aguda idiopática (PAI) é vista como um problema de saúde com elevadaincidência dentro dos hospitais de nosso país e no mundo. Seu diagnóstico é estabelecidoquando, após uma intensa investigação etiológica padrão, não encontrou-se uma causa parao quadro de pancreatite aguda (PA). Somando-se a isso, a variedade de causas para PA égrande, dificultando ainda mais o seu diagnóstico. Consequentemente, estudos revelaramque a PAI está diretamente relacionada com a pancreatite aguda recorrente e cronificação dapancreatite, gerando inúmeros prejuízos sociais aos pacientes, pelas complicações associadas,e econômico aos sistemas de saúde, principalmente. Dessa forma, o presente estudo tevecomo objetivo demonstrar a prevalência de PAI em um hospital terciário do Distrito Federal eapresentará os fatores etiológicos eventualmente encontrados nos pacientes anteriormentediagnosticados com pancreatite aguda idiopática e o impacto trazido ao paciente pela nãodetecção da condição de base, demonstrando a importância da extensa investigação dapancreatite aguda. A metodologia do estudo baseou-se em um estudo transversal,retrospectivo, de método quantitativo. Foi feita uma análise estatística de prontuários depacientes com diagnóstico de pancreatite aguda do ambulatório de pâncreas, obtidos pormeio do sistema eletrônico do hospital terciário do DF. A amostra delimitada foi de 100pacientes e a coleta aconteceu por meio de uma ficha de coleta de dados, padronizada eelaborada pelos pesquisadores, que continha as seguintes variáveis: gênero, idade, etilismo,tabagismo, diabetes, cirurgias prévias, data da primeira crise, etiologia, tempo de internação,intensidade da dor, medicações em uso, reinternação, óbito, exames complementares eexames de imagem. Todas as análises foram realizadas utilizando o Pacote Estatístico paraCiências Sociais (IBM SPSS, IBM Corporation, Armonk, NY, EUA, 25.0). Os dados encontradosna coleta revelaram que a etiologia mais comum da pancreatite aguda foi alcoólica,representando 47% dos casos, seguido da autoimunidade (20% dos casos), o que diverge demuitas literaturas, e biliar (15,8% dos casos). A incidência no sexo masculino foi maior que nosexo feminino (54% e 46%, respectivamente), corroborando com pesquisas científicaspreexistentes. Ainda, a incidência de PA dada como idiopática (37% dos casos) foi maior doque o encontrado normalmente em base de dados de outros locais (20%). Dessa forma, taldado pode ser explicado pela carência de disponibilidade de mais recursos diagnósticosnecessários para uma extensa avaliação etiológica, como visto em inúmeros estudos. Noestudo a seguir concluiu-se que a prevalência de PAI em um hospital público terciário doDistrito Federal está acima da média quando comparada a outras pesquisas. Além disso, aprevalência da pancreatite aguda demonstrou ser maior em homens, divergindo também deoutras pesquisas que revelaram ser mais prevalentes no sexo feminino. Finalmente, foiconstatado que as etiologias mais comuns foram a alcoólica, autoimune e biliar