As pessoas apresentam uma série de diferenças, particularidades e singularidades. Frente às pessoas com deficiência, somos provocados a refletir acerca do protagonismo de pessoas jovens, adultas e idosas, sobre as quais recai o preconceito. O envelhecimento é uma fase natural, com ritmos e tempos muito particulares. O objetivo deste estudo de revisão sistemática foi conhecer as produções científicas que tratam da percepção da pessoa com deficiência intelectual e sobre o seu processo de envelhecimento. Foi realizada uma busca em 4 plataformas. Como descritores utilizou-se envelhec* AND pessoa com deficiência intelectual. Foram incluídos resumos, artigos, dissertações e teses nos últimos 8 anos (2015-2022). Este estudo revelou o tensionamento das lógicas de protagonismo de pessoas com deficiência intelectual em processo de envelhecimento, capazes e autônomas. Percebe-se entre os artigos que os profissionais e os familiares falam pelas pessoas com deficiência. Apenas em uma das pesquisas encontramos informações respondidas pelas próprias pessoas com deficiência intelectual relatando sobre as suas percepções sobre o seu processo de envelhecimento. Consequentemente, este é um limitador da pesquisa, pois existem poucos estudos sobre as falas das pessoas com deficiência, sobre si mesmos. É necessário ver a pessoa com deficiência intelectual como sujeito de direito, que pode falar de si e ressignificar os espaços para que tenham voz, vez e equidade de oportunidades. As pessoas com deficiência podem apresentar dificuldades para a compreensão de ideias abstratas, o estabelecimento de relações sociais e a realização de atividades cotidianas, mas isso não significa que não possam ser protagonistas em seu processo de escolhas e envelhecimento. Precisamos ouvir as pessoas com deficiência e caberá aos pesquisadores, educadores e especialistas o trabalho constante de compreender os sutis vieses ideológicos, abordar essas e outras questões, além de trazer uma proposta de sociedade em que a criação de equidade de oportunidades e a promoção da dignidade humana passem a ser tidos como prioridades para as pessoas com deficiência.