Resumo. O Polo Gesseiro do Araripe é o principal produtor nacional de gesso. O problema envolto na sua matriz energética é considerado como uma questão chave para a continuidade das operações de produção e beneficiamento do gesso na região. Com condições de insolação bastante favoráveis, estudos anteriores apontam que a possibilidade de uso da radiação solar para a produção da energia térmica necessária à produção de gesso se apresenta como uma alternativa razoável. No entanto, falta uma avaliação mais consistente da questão, seguindo aspectos metodológicos condizentes com as especificidades da geração solar de calor de processos industriais, em que questões relativas à integração do sistema de geração solar ao processo industrial e a uma análise termoeconômica da geração solar, quando encarada como uma possibilidade de investimento industrial, são analisados. Tais questões foram tratadas de acordo com o proposto pela Agência Internacional de Energia, principalmente no que concerne aos aspectos de integração. O cálculo dos ganhos energéticos foi realizado com o auxílio de correlações que fornecem a energia útil anual em função das condições de radiação e de parâmetros técnicos de desempenho da tecnologia de coletor considerada. De acordo com os estudos realizados, não há possibilidade de integração entre o sistema de geração solar e o atual processo produtivo empregado no Polo. As condições de geração, transporte e transferência de calor ao processo não permite a elaboração propostas de integração entre o sistema de geração solar e o processo produtivo. Do lado termoeconômico, a melhor condição analisada chega a reduzir o consumo de lenha em 26% e traz um retorno de investimento em mais de 9 (nove) anos. Por fim, ficou evidente que algumas medidas de eficiência energética, levantadas em investigações anteriores sobre o setor gesseiro do Araripe se apresentam como investimentos de maior atratividade.Palavras-chave: Polo Gesseiro do Araripe, produção de gesso beta, geração solar de calor de processos industriais.