A endometrite é um desafio contínuo na reprodução equina e suas biotecnologias associadas, resultando em prejuízos significativos para a indústria de criação de cavalos. Apesar de décadas de pesquisa, ainda existem lacunas no entendimento dos mecanismos envolvidos no seu desenvolvimento, o que enfatiza a necessidade de novos métodos diagnósticos e terapêuticos mais eficazes. Com o objetivo de compreender melhor a endometrite em éguas, foram realizadas pesquisas experimentais para comparar e avaliar diferentes abordagens diagnósticas e terapêuticas. O primeiro estudo teve como objetivo realizar o exame ginecológico abrangendo diversos métodos diagnósticos a fim de caracterizar os principais achados em receptoras de embriões consideradas subférteis. Os resultados revelaram que a endometrite é a principal causa de subfertilidade em éguas receptoras removidas de programas de transferência de embriões, com 60% de prevalência. O fluido intrauterino detectado via ultrassonografia foi o principal achado clínico; a bactéria Escherichia coli a mais frequentemente isolada; e o exame histopatológico a partir da biópsia uterina demonstrou ser o método mais eficaz para o diagnóstico da endometrite. No segundo estudo, o intuito foi avaliar e comparar as características do proteoma do fluido uterino de éguas saudáveis e com endometrite. As éguas saudáveis exibiram um perfil proteômico caracterizado por proteínas envolvidas na manutenção da integridade uterina, éguas com endometrite infecciosa exibiram um perfil proteômico distinto com proteínas associadas a resposta inflamatória e imune, enquanto éguas com endometrite pós-cobertura apresentaram proteínas relacionadas principalmente à resposta imune inata. O terceiro estudo consistiu em uma avaliação meta-analítica do efeito dos tratamentos para endometrite pós-cobertura sobre parâmetros inflamatórios uterinos. Os tratamentos com agentes imunomoduladores biológicos e as terapias individuais com células- tronco, firocoxib e plasma sanguíneo foram os mais eficazes no controle da inflamação, reduzindo significativamente a proporção de células inflamatórias uterinas. Esses achados abrem novas perspectivas para a compreensão da endometrite e pesquisas futuras, especialmente no aprimoramento do diagnóstico e na validação de possíveis biomarcadores, bem como no desenvolvimento de abordagens terapêuticas. Palavras-chave: Reprodução equina. Avaliação ginecológica. Tratamentos não tradicionais