Este artigo visou levantar dados sobre resumos publicados nos anais do VI Congresso Latino Americano de Musicoterapia (CLAM), ocorrido no Brasil em 2016. A partir desse recorte e critérios como uso do português como idioma do texto; título e palavras-chave constando musicoterapia, musicoterápico e/ou musicoterapêutico; foi feita descrição e análise quanti-qualitativa da amostra bibliográfica. Foram escolhidos 30 resumos dos quais se verificou as áreas de prática de Musicoterapia organizadas em modalidades específicas de saber, como linhas de enunciação deste dispositivo. As instituições em que a Musicoterapia brasileira se insere, o público que atende e as estratégias teórico-metodológicas tem adotado foram investigados. Apreciou-se que a Musicoterapia tem especificidades que dependem dos estabelecimentos em que atua e do público-alvo que atende, o que define os métodos e teorias de sua práxis. Notou-se que o crescimento da prática não tem sido acompanhado pelo científico, uma vez que não há condições propícias à pesquisa em Musicoterapia no contexto brasileiro. Além disso, áreas em que a Musicoterapia tem sido protagonista nos últimos anos, como a Saúde Mental e Assistência Social tiveram poucos trabalhos inscritos, o que pode ser efeito da precarização das políticas públicas de modo geral num país que esteve sob um golpe de estado naquele momento e que agora se acirra com a pandemia por COVID-19, pós-VII CLAM (2020, Colômbia). Entretanto, a diversidade das práticas interpõe a necessidade dar voz aos pontos de encontro e tensão ocorrentes nesse extenso campo de saber, voz que o CLAM tem buscado escutar, fazer eco e partilhar.