Em primeiro lugar agradeço a Deus pela jornada da minha alma que tem sido uma aventura transitar pelas águas profundas do conhecimento.Em especial, ao meu orientador Lineu Norio Kohatsu que me acolheu com sabedoria, incentivando e fortalecendo as minhas ideias, contribuindo com a transformação desta mulher e pesquisadora que se permite escrever em primeira pessoa.Agradeço a minha família pela compreensão quanto a minha ausência nos últimos meses, lendo, escrevendo e criando monólogos com o texto, no intuito de gestar, cuidar e parir a presente tese. Manifesto minha gratidão ao meu esposo pelos chás e chocolates que estimularam e adoçaram as noites de escrita acadêmica.Agradeço aos amigos que contribuíram com a pesquisa, discutindo, sugerindo temas, corrigindo erros e proporcionando mais sentido ao meu trabalho.Minha eterna gratidão ao professor Carlos Augusto Serbena pela iniciação na academia associada a Psicologia Analítica e a própria banca de avaliação Irene Pereira Gaeta, Maria Júlia Kovács, Maribel Pelaez Dóro, Ruth Gelehrter da Costa Lopes que me orientaram nesta caminhada.Por fim, agradeço a todos que fizeram parte da minha trajetória pessoal e acadêmica e puderam compartilhar do meu sonho em realizar esta tese.
RESUMOO presente estudo teve como objetivo descrever e analisar as narrativas dos idosos com doença renal crônica sobre a experiência do envelhecimento e adoecimento, à luz da Psicologia Analítica. Foi escolhido o método qualitativo e utilizada a entrevista semiestruturada para abordar a história de vida, a experiência com o adoecimento, o tratamento hemodialítico e a percepção sobre o envelhecimento. A análise foi referenciada no método do processamento simbólico arquetípico de Eloisa Penna. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Instituto de Psicologia-USP, sendo as entrevistas realizadas com sete idosos, quatro homens e três mulheres, com idades entre 75 e 80 anos. As unidades de significado encontradas foram: significado da velhice, experiência da hemodiálise como lugar de cuidado e encontros, aspectos simbólicos do adoecimento, experiência arquetípica com o materno e os sonhos e a jornada da alma. A partir dessas temáticas foi possível perceber que a experiência do adoecimento provocou movimentos psicológicos de rupturas, cuidado e ampliação da persona focada no trabalho. Para tanto, a amplificação simbólica aproximou-se do mito do Curador Ferido, Sísifo e da Odisseia de Ulisses, que retrata uma viagem de retorno à sua própria vida e suas ressignificações. Conclui-se que a doença renal é um marco na trajetória destes idosos. As mudanças na rotina da vida os impulsionaram para uma conexão e conscientização da ligação entre mente e corpo. Os participantes precisaram olhar para o processo de envelhecimento e adoecimento e, portanto, ressignificaram cada qual o seu modo, a essa etapa única em suas jornadas.