As mídias alternativas digitais fazem parte de um movimento efervescente de criação de órgãos de comunicação social, oferecendo uma contrapartida importante diante da tendência de concentração da produção da informação em alguns conglomerados institucionais. Em Portugal, apesar dessas mídias terem ganhado destaque na academia, ainda são poucos os estudos que abordam a questão a partir do recorte das pessoas migrantes e/ou racializadas. De modo a preencher essa lacuna e a oferecer um panorama aprofundado do ecossistema midiático alternativo digital em Portugal no que toca esses grupos sociais, este artigo apresenta discussões norteadas por análises feitas a partir de um mapeamento de mídias alternativas digitais relacionadas com as migrações e/ou pessoas racializadas. São abordados diferentes aspectos, como a relação entre a sua fundação e os contextos históricos e sociais em Portugal ao longo das últimas décadas, as implicações da operação com equipes reduzidas e as problemáticas associadas à adoção de diferentes estratégias de financiamento. Como resultado, desenvolve-se uma problematização necessária de questões prementes que contribuem para o debate acerca do papel e importância da participação desta franja da população nas mídias em Portugal, de forma a fomentar um ecossistema midiático mais inclusivo, heterogêneo e representativo da diversidade social e cultural do país.