O principal objetivo da historiadora neste livro é analisar como se deu a criação da Seção de Etnografia e Arqueologia no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB). Formada pela elite letrada imperial oitocentista, esta Seção contava com homens comprometidos em originar um projeto político de desenho da nação brasileira que considerava o papel que caberia ao indígena nesse processo de gestação. A obra está fundamentada em uma sólida pesquisa documental. Ao se deparar com seu conteúdo, o leitor terá a oportunidade de percorrer a identidade nacional do século XIX em um de seus aspectos mais complexos – a questão indígena -, por uma via pouco explorada. Dividido em três partes, a primeira trata de um apanhado das diversas representações do índio brasileiro. Na segunda parte, a autora aponta os pressupostos implícitos na criação de um campo etnográfico no IHGB em diálogo com o problema da nação no Império do Brasil. Já na terceira e última parte, ela associa a criação do IHGB a certas práticas etnográficas levadas adiante em nome do próprio governo imperial.