Objetivo: Analisar a natureza e tendência do conhecimento em teses e dissertações brasileiras sobre o tema da violência de gênero contra mulheres imigrantes e refugiadas. Método: Pesquisa bibliográfica de caráter inventariante que considerou as teses e dissertações cadastradas no Banco de Teses do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. A busca foi em janeiro de 2020, foram recuperados 160 estudos e selecionados 14 (duas teses e doze dissertações) para análise. Resultados: Houve crescimento na produção acadêmica. Quanto à natureza, observou-se maior representação sócio- cultural (8), seguidas da política (3), clinico- epidemiológico (2) e existencial (1). Quanto à tendência, houve predominância de ordem protetiva (9), seguido de assistencial (4) e promoção (1). Os estudos evidenciaram violências nas formas física, sexual, doméstica, obstétrica, de gênero, estrutural, bullying, perseguição política, cerceamento de direitos humanos, rupturas familiares e sociais, racismo, discriminação e preconceito. Conclusão: Constatou-se ausência de pesquisas conduzidas por profissionais enfermeiros na temática, constituindo-se possíveis lacunas de conhecimento e fragilidades nos avanços do conhecimento na seara social voltadas para as diversidades e interseccionalidades. Observou-se a necessidade de ampliar os estudos de natureza existencial e clínica-epidemiológica e de tendência de promoção da saúde, contemplando estratégias que venham a contribuir para implementação de ações e políticas públicas voltadas às mulheres migrantes, além de ações de empoderamento acerca das questões da violência, e fortalecimento da autonomia feminina, o que pode ser viabilizado por meio de redes de cooperação e interlocução entre universidade e sociedade.